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Julia Zardo

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Inovação e Sociedade: uma conversa sobre desafios, oportunidades e impactos das práticas inovadoras na vida de todos nós
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Desafios e oportunidades do Rio de Janeiro para 2021

Tecnologia, games e dados: pautas do futuro que precisam estar no nosso presente

Por Julia Zardo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 jan 2021, 09h57 - Publicado em 18 jan 2021, 13h32
Conectar o setor, que só cresce e tem apelo e interesse entre os jovens, pode ser a cara do Rio
Conectar a juventude com o setor de tecnologia, que só cresce, pode ser a cara do Rio (Firjan/Divulgação)
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De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), até 2024, o Brasil precisará de 420 mil profissionais de Tecnologia da Informação (TI), mas, por ano, o país forma, aproximadamente, 46 mil profissionais – ou seja, muito abaixo da necessidade do mercado.

Uma pesquisa desenvolvida pela SuperData, do grupo Nielsen, mostrou que o total gasto com jogos digitais no mundo chegou a US$ 10 bilhões (cerca de R$ 54 bilhões), apenas em março de 2020, valor mensal nunca alcançado anteriormente. Como consequência da pandemia, enquanto outros setores só perderam, o mercado de games teve receita 12% maior em 2020 no comparativo anual do novo relatório da SuperData de janeiro de 2021, recém-divulgado.

O Sudeste do Brasil concentra a maior quantidade de empresas de jogos digitais: 52,9%. E, sim, as empresas estão contratando.

Se de um lado temos esses indicadores que mostram grandes oportunidades, por outro, temos enormes desafios. Um dos maiores diz respeito ao desemprego de pessoas entre 18 e 27 anos: em maio de 2020, a taxa era de 11%. Em setembro, bateu recorde: 16,1%, ficando acima da média nacional, atualmente 14%. O desemprego dos jovens foi ainda maior no 3º trimestre do ano passado: 31,4%.

Nesse contexto, temos que discutir sobre a inovação e todo seu potencial de realmente mudar a realidade atual com pautas que parecem ainda no futuro.

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Economia Criativa

Quando falamos de trabalho e juventude, um setor que tem grande potencial para mudar essa situação é a economia criativa. O último estudo da Firjan sobre o tema, em 2019, mostrou que, mesmo em época de crise, criamos empregos que usam dados, tecnologia e geram inovação.

Games e jogos digitais podem ser um campo de atuação para a juventude fluminense produzir e as empresas investirem. Pode ser a cara do Rio de Janeiro conectar os jovens a um setor com muita tecnologia e criatividade, que só cresce e que possui grande apelo e interesse entre a juventude. Não precisamos explicar a lógica dos jogos para os jovens.

Diversos projetos públicos e privados de capacitação de jovens em tecnologia e inovação já existem, mas ainda não dão conta da demanda que existe hoje. Temos aí uma oportunidade, que algumas instituições já vislumbram há muito tempo.

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A Vai na Web é uma iniciativa que nasceu para jovens de 16 a 29 anos, no Morro dos Prazeres, e desde 2017 tem como meta diminuir a lacuna de gênero no mercado da tecnologia. Hoje, 60% de seus estudantes são mulheres. E, segundo a organização, a grande maioria das desenvolvedoras formadas está inserida no mercado de trabalho e/ou na universidade.

O Cinema Nosso é uma escola de audiovisual que forma jovens das periferias do Rio de Janeiro para o mercado de cinema e televisão há 20 anos, e vai fazer a 2ª edição do curso “Empoderamento e Cinema: Jovens Negras no Audiovisual”, com formações semipresenciais em produção de jogos, cinema e roteiro para séries.

Com certeza muitos jovens ficariam felizes em saber que podem trabalhar com isso.

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Dados nas empresas e na gestão pública

Dados e tecnologia também estão presentes cada vez mais na gestão das empresas que passaram por uma transformação digital e precisam conhecer como nunca seus clientes, saber como se aproximar deles. “Se o presente é digital, o futuro é analítico”, resumiu Ricardo Cappra, cientista chefe do Cappra Institute, que participou de um Aquário na Casa Firjan, falando sobre “Ciência de dados e seu potencial transformador nas organizações”.

Até a gestão pública tem feito cada dia mais o uso de dados. Niterói é um exemplo no estado do Rio. Como secretário de planejamento do município, Axel Grael implementou um projeto que utiliza dados georreferenciados para auxiliar tecnicamente a gestão interna da prefeitura, levando essas informações ao público, de forma transparente – ele falou sobre o tema no Diálogos da Inovação, na Casa Firjan.

Durante a pandemia, o uso desses dados trouxe diversas respostas positivas como a criação do primeiro centro de quarentena da Covid-19 do país, iniciativa com a intenção de isolar pacientes com sintomas leves em situação de vulnerabilidade social. Os resultados foram tão promissores que o secretário dos dados foi eleito como atual prefeito, tendo como plano de governo aperfeiçoar e ampliar a política de dados abertos do município.

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Continuamos com outros desafios e oportunidades na próxima.

 

Julia Zardo,
Gerente de Ambientes de Inovação da Firjan e professora de empreendedorismo da PUC-Rio. PhD em Políticas Públicas, Estratégia e Desenvolvimento pelo IE – Instituto de Economia da UFRJ. Mestre em Comunicação e Cultura pela ECO – Escola de Comunicação da UFRJ.

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