Devo desmarcar minhas viagens com a pandemia do Coronavírus?
Veja como fazer para cancelar ou adiar sua viagem, e como se reprogramar
Com o Coronavírus, momento agora não é de viajar, nem mesmo viagens domésticas. É hora de ficar em casa, se resguardar e cuidar do outro. Toda essa movimentação para conter o vírus não é à toa. O Covid-19 tem uma taxa média de contaminação quase 70% superior à da gripe A, e causa a SARS (sigla inglesa para síndrome respiratória aguda grave), com alto potencial de levar à morte idosos, crianças e pessoas com problemas de saúde.
Devo adiar ou cancelar minha viagem para o exterior?
Se você tem voo para os próximos dias, contate imediatamente a agência, site ou companhia aérea onde comprou sua viagem e negocie remarcação ou cancelamento. Elas estão priorizando o atendimento de quem teria que embarcar nos próximos dias. Nem pennse em viajar. Além da contaminação e propagação do vírus, há o risco de ser surpreendido por fechamento de fronteiras.
A Itália inteira está em quarentena e de portas fechadas, a Espanha idem, Chile fechou todas as fronteiras, Peru, Curaçao, Colômbia, Estados Unidos suspenderam voos de e para a Europa, França está com tudo fechado, Amsterdã também, e outros países devem decretar medidas restritivas a cada momento. Inclusive o Brasil.
Fora isso, os seguros-viagem excluem da cobertura de risco doenças declaradas como epidemia e pandemia (com exceção da Assist Card, e que mesmo assim dará cobertura apenas hospitalar, suspendendo as outras como custos com hotel e remarcação de voos). O que significa que você, em caso de contágio, terá que arcar com valores altíssimos. Isso depende das suas possibilidades, e das políticas da empresa onde você comprou a viagem. Se tiver possibilidade de viajar em outra época, sou a favor da remarcação, até para manter a sanidade econômica do setor.
Para quando devo adiar a viagem?
Isso é muito difícil de prever, e como boa parte das companhias aéreas só vai permitir uma remarcação sem custo em função do Coronavírus, é prudente não remarcar nada para antes dos próximos 6 meses, no mínimo.
E as viagens domésticas? Aqui no Brasil, era questão de tempo: o vírus chegou. E o mais prudente a se fazer é ficar em casa, por você, e pelas pessoas que estão no seu entorno. Tome como exemplo o que está acontecendo na Europa. A ideia agora é frear a rápida propagação do vírus, e isso só acontece se ficarmos em isolamento. E não tem essa de não estar com sintomas: você pode estar com o vírus e estar assintomático. O que vale para o seu vizinho de voo. Já pensou?
Mas como ficam os cancelamentos e reembolsos?
O setor de aviação e turismo carece de regulamentações que protejam o consumidor, de forma que companhias aéreas e agências de viagens lidam com a crise como acham melhor. Algumas empresas anunciam remarcação de voos sem taxas, outras cobram multas exorbitantes. Há ainda as que anunciam remarcações sem taxas, e na prática não cumprem o que anunciam. O que sugiro, caso se sinta lesadx nessa cobrança de taxas e multas, e guardar todas as conversas – nos casos de gravações automáticas ou SACs que não atendem, envie emails para que fiquem registradas suas tentativas de negociação – , e busque seus direitos posteriormente. O MPF já recomendou à Anac que publique um ato normativo determinando cancelamento e adiamentos (para até 12 meses) sem custos para voos adquiridos até 9 de março, com destino para locais afetados pelo vírus. A Anac, porém, não se pronunciou ainda.
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