Temperando a quarentena: um giro pela Itália
Isolados e sem poder viajar, que tal se transportar pelos sabores e jantares temáticos?

Minha quarentena virou uma obscenidade gastronômica, como imagino que tenha virado a sua também. Sem sair de casa há mais de 70 dias, sem viagens, e com todos os dias iguais a domingo, fui buscar felicidade no estômago.
Primeiro, como doceira. Faço um brownie incrível.

Depois, vieram os brownies dos outros, com caramelos e brigadeiros, nhoques, faláfeis, batatas gratin. E enfim, os deliveries que tracei como jantares temáticos que me transportaram para lugares que gosto bastante. Paris, Bruges, Roma.
Para quem quiser desembarcar na Itália, tem o Ino, com seu chef Stefano Berro, que também comandou a cozinha do veneziano Osteria da Fiore, festejado com 1 estrela Michelin.
No cardápio delivery do Ino, tem Ravióli recheado com pêra, shimeji, geleia de pimenta com busca vida e fonduta de queijo azul da serra das antas. Adorei também o nhoque recheado com queijo Canastra ao sugo de san marzano e pesto genovês, e o spaghetti alla chitarra de massa fresca, com camarão, cogumelo shitake, alcachofra e perfume de limão siciliano. Coisa de louco. De sobremesa, profiteroles com creme de cumarú e chocolates.



Nessa andanças, também descobri o Il Uficio de Luca, do chef Lucas Lemos, o mesmo do Posì Mozza e Mare. Em quarentena, ele começou a produzir fornadas artesanais de pães em casa, sua segunda paixão depois das massas frescas. São todos feitos com lievito madre, sem adição de melhoradores ou fermento biológico para acelerar o crescimento.
– No meio dessa pandemia, a vontade de fazer os pães aflorou e comecei a testar os primeiros pães para o L’Ufficio di Luca, uma forma de levar afeto para as pessoas e oferecer novas experiências para o dia a dia. O ato de comer é natural, mas comer bem acalenta a alma e traz muita felicidade -, conta.

Dele, encomendei as focaccias, o pão toscano com a marmelatta de tomate, a babka de nutella e Cioccolato 70% (callebaut). Essa última, levemente esquentada na frigideira, me levou aos céus. Já o pão toscano me fez lembrar as tardes de Picnic em Pienza.

Também pedi o nhoque de batata doce ao molho gorgonzola e o linguini ao pesto do Famíglia Baldino, pilotado pelo Pedro e Fernando Baldino, pai e filho. A massa é artesanal, fresca e de fabricação própria. Adorei, assim como o tiramissú, que é imperdível.

Esses últimos dois não pedi, mas sei que são ótimos: a berinjela com molho de tomate e manjericão do Gero, e o nhoque de gorgonzola com radicchio na brasa e amêndoas do Grado.

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