Ike Cruz Por Ike Cruz, empresário artístico
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Surge um novo cenário no mercado artístico

A chegada das plataformas de streaming e a publicidade na mídia digital desafiam as receitas de bolo na TV

Por Ike Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 mar 2020, 20h05
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  • Não restam mais dúvidas que a chegada das plataformas de streaming e a migração da publicidade para as redes digitais trouxeram inúmeras mudanças no mercado audiovisual. E, como não podia deixar de ser, com suas benesses, mas também alguns desconfortos.

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    Com o tempo, entretanto, os reflexos dessas mudanças é que originaram uma gama de variáveis nas relações profissionais do mercado. 

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    Tendo as tradicionais ações de merchandising/publicidade escasseadas nas telenovelas e nos programas de TV, a receita das emissoras também minguou. E muito. 

    Desta forma, nada mais natural do que a impossibilidade de remunerar em termos mensais, artistas e profissionais que não são acionados sistematicamente. 

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    Para muitos contratados funcionava mais ou menos assim: cada emissora de TV detinha seu próprio banco de talentos e os mantinha com uma exclusividade remunerada de forma mensal, em contratos que variavam entre 2 e 4 anos. 

    Quando o artista estava em atividade (no ar, atuando), essa remuneração aumentava de acordo com percentuais preestabelecidos de forma individual.

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     Todavia, alguns artistas eram escalados apenas para algumas obras e com intervalos de tempo cada vez maiores. Mesmo assim (e fora do ar), o profissional recebia religiosamente sua remuneração-base todo santo mês, apenas para assegurar seu vinculo de exclusividade à emissora. 

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    Nos dias de hoje, com a grana contada, isso não cabe mais. 

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    As emissoras começaram a enxugar esses bancos de elenco e manter apenas quem está na rotatividade. Ou seja, os que são disputados e imprescindíveis para os produtos (novelas e séries) das emissoras.

    Isso também vem incluindo o topo da hierarquia artística. Autores e diretores até então intocáveis também estão tendo seus contratos encerrados.  

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    Sem dúvida uma decisão delicada, de certa forma atrasada, mas impossível de não ser considerada acertada e coerente. Nunca é tarde para estancar uma sangria financeira. 

    Por outro lado, com a chegada de plataformas de streaming no Brasil, como a Netflix e a Amazon (incluindo a Globoplay), o mercado artístico aqueceu, o “baralho” se ampliou e novas perspectivas não faltarão. 

    Mas o que tudo isso trouxe de bom para os atores? Principalmente para uma nova geração de artistas, oportunidades podem até cair do céu, mas talento, não. Com isso, a turma do pijama & chinelinho que antes recebia pra ficar em casa, agora vai ter que rebolar. Ou seja, terão que se preparar de verdade para mostrar seu valor e com isso gerar receita. Nunca foi tão atual o “vale quanto pesa”. 

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    O mercado anseia por novos ares de criatividade e inspiração. Autores e diretores que transitam por receitas de bolo irão sumir se não se reinventarem. Muitos já mergulharam no esquecimento e outros estão a caminho. Novelas com animais falantes, avatares ou de cotidianos arrastados, ainda podem até possuir algum resquício de séquitos, contudo não pagam mais contas e muito menos provocam interesse desse novo e exigente telespectador. 

    Momentos de crise costumam gerar renovação e criatividade. Não seria diferente no universo audiovisual. Pelo contrário, é justamente um universo que exige substancialmente isso.  Aqui abro um parênteses. Me agrada e muito observar uma geração de mulheres dirigindo séries, filmes e novelas. São ousadas, criativas e extremamente exigentes. Sabem exatamente como e o que fazer para extrair resultados.  

    Demorou, mas chegou a hora. Não se ganha mais jogo com nome, “tempo de casa” ou escudo.  

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    Hoje, ser apenas reconhecido ou famoso não significa necessariamente ser bom (o Instagram está aí para não me deixar mentir). 

    Ser um bom e imprescindível profissional exige diversas renúncias, muito preparo e atualização constante. 

    Como diz um grande e sábio amigo: – o básico pode até pagar o hoje, mas é o extra, aquele “algo a mais” que vai sustentar o futuro.

    Ike Cruz é empresário artístico e consultor de imagem. Gostou do artigo ou tem sugestões? Escreva para ikecruz.veja@gmail.com

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