Um personagem carioca na Copa de 1986 – Josimar
Josimar surgiu no conturbado Botafogo dos anos 80, quando o jejum de títulos já durava mais de uma década, como o perfeito sucessor de Perivaldo. Lateral-direito, negro, alto, magro, ofensivo, com nome atípico, eram muitas as semelhanças. O folclórico antecessor de Josimar até teve uma discreta participação na Seleção Brasileira que se preparava para a […]
Josimar surgiu no conturbado Botafogo dos anos 80, quando o jejum de títulos já durava mais de uma década, como o perfeito sucessor de Perivaldo. Lateral-direito, negro, alto, magro, ofensivo, com nome atípico, eram muitas as semelhanças.
O folclórico antecessor de Josimar até teve uma discreta participação na Seleção Brasileira que se preparava para a Copa de 1982, mas não foi a Copa e ficou na história mesmo pelos cruzamentos por trás do gol. Josimar, ao contrário, não participou dos preparativos da Seleção para a Copa de 1986, mas foi convocado para a Copa após a desistência de Leandro às vésperas do embarque, em solidariedade ao amigo Renato, cortado por pular o muro da concentração ao voltar de uma noitada com Leandro.
Convocado às pressas, Josimar nem pensava em jogar, mas o titular Edson se machucou logo no 2º jogo. Josimar não chegou a entrar no lugar do contundido Edson no decorrer da partida contra a Argélia, mas assumiu a titularidade a partir do jogo seguinte, contra a Irlanda do Norte. E não entrou nada discretamente, fez logo um golaço, com um lindo chute da intermediária que entrou no ângulo do veterano goleiro Pat Jennings, naquele que foi o segundo gol da vitória de 3×0.
Não satisfeito, no jogo seguinte, o primeiro do mata-mata, Josimar fez mais um gol improvável, com um chutaço da linha de fundo, que entrou rente ao travessão do goleiro polonês Mlynarczyk, naquele que foi o segundo gol da vitória por 4×0.
A campanha da Seleção no México parou no jogo seguinte, nas quartas-de-final, após empate com a França em 1×1 e eliminação nos pênaltis. A carreira de Josimar, ao contrário, teve uma guinada positiva, com presença constante na Seleção nos anos seguintes, inclusive no grupo que conquistou a Copa América de 1989, e participação relevante no grupo que tirou o Botafogo da fila de 21 anos sem títulos ao conquistar o Carioca de 1989. Depois disso, nova guinada, dessa vez negativa, com passagens discretas e rápidas por Flamengo e Inter e fim de carreira em clubes sem expressão.