Millennials: geração tem mais risco de câncer precoce do que os pais
Nas últimas décadas, casos de câncer de precoce em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 79% em todo o mundo
Recente artigo publicado no The Conversation traz uma provocação interessante: escrita por uma jovem millennial (nascidos entre 1981 e 1995), ela constata que amigos da mesma idade – entre 30 e 44 anos – já apresentam sintomas de doenças geralmente associadas às idades mais avançadas, como câncer, hipertensão e diabetes tipo 2. Em resumo: os millenials são a geração com maior risco de desenvolver tumores do que os seus pais.
Nos últimos 30 anos, os casos de câncer de início precoce em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 79% em todo o mundo. Os casos de morte chegaram a 28%. Cerca de 80% dos cânceres estão associados ao estilo de vida adotado pelo indivíduo e não por uma questão genética. Não há determinismo quando se fala de câncer, mas sim resultado de hábitos.
Se olharmos em retrospectiva, no passado as pessoas comiam menos ultraprocessados, caminhavam mais e dormiam melhor, fatores fundamentais para a saúde. Os casos de obesidade infantil, por exemplo, dispararam desde o início dos anos 1980. Em 2022, segundo a OMS, mais de 390 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estavam acima do peso, dos quais 160 milhões estavam obesos. Muitos fatores comportamentais explicam essa estatística, como resistência à insulina e alterações hormonais.
Outro fator que precisa ser considerado é o consumo de álcool. Enquanto os baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964) bebem mais no dia a dia, os millennials tendem a beber com menos frequência, mas a consumir excessivamente em uma única ocasião, o que pode trazer riscos significativos à saúde.
As horas dormidas e a qualidade do sono também devem ser levadas em conta. As novas gerações dormem menos e pior. Isso acontece muito em função das horas excessivas de exposição às telas e redes sociais. Além de alterar o ritmo circadiano, a falta crônica de sono não só prejudica a reparação do DNA, mas também reduz os efeitos protetores da melatonina contra o câncer. Níveis reduzidos desse hormônio estão ligados à menor capacidade de combater danos oxidativos ao DNA e ao aumento da proliferação celular.
Pesquisas apontam que as novas gerações têm um alto nível de cortisol no corpo. Quando esse “hormônio do estresse” permanece elevado por muito tempo, ele não apenas favorece a resistência à insulina e a hipertensão, como também enfraquece o sistema imunológico, a inflamação, dificulta que o corpo elimine células anormais e pode até “despertar” células tumorais dormentes.
Os millenials são conhecidos pela ansiedade, pela busca de respostas rápidas, processos acelerados que adoecem o corpo. É urgente que eles busquem um estilo de vida mais saudável, evitando sedentarismo, se alimentando melhor, gerenciando o estresse, buscando o sono reparador e mantenham a distância do uso de substâncias, como tabaco, álcool ou anabolizantes.
Saúde é prevenção!
Gilberto Ururahy é médico há mais de 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, inaugurou a Med-Rio Check-up, líder brasileira em check-up médico e medicina preventiva. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França, é membro honorário da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação e coautor de livros: Como tornar-se um bom estressado (editora Salamandra), O cérebro emocional (Rocco), Emoções e saúde (Rocco) e Saúde é prevenção (Rocco, com o médico Galileu Assis). Ururahy é diretor da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Rio) e Chairman do Comitê de Saúde e diretor da Câmara de Comércio França-Brasil e Coordenador do Comitê de Saúde
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