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Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
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Hipertensão arterial e prevenção

Genética e maus hábitos são fatores de risco para a doença

Por Gilberto Ururahy
Atualizado em 16 fev 2021, 10h55 - Publicado em 16 fev 2021, 10h17
Arte com coração e exame cardíaco.
Claudio Benchimol: sedentarismo, abuso de álcool e dieta com excesso de sal e gordura são grandes inimigos do coração. (Evanto Elements/Reprodução)
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A MedRio Check Up está comemorando 30 anos de funcionamento. Para marcar efeméride tão importante, criamos uma agenda de “Encontros Científicos com a Prevenção”, que acontecem uma vez por mês, abordando diferentes especialidades médicas. Para este mês de fevereiro, convidei os renomados colegas Claudio Benchimol e João Mansur para falarem sobre a saúde do coração. Hoje, divido com vocês o papo com Claudio Benchimol. Ainda nesta compartilharei a conversa com João Mansur. Boa leitura! – Gilberto Ururahy

O estilo de vida saudável é o melhor aliado para se evitar a hipertensão arterial. Quem faz o alerta é um dos profissionais mais experientes da área: o cardiologista Claudio Benchimol. Membro titular da ANM, professor adjunto de Cardiologia da UFRJ e da UERJ, Fellow do American College of Cardiology (FACC) e Fellow do Cardiothoracic Institute (London University), Benchimol ressalta que o consumo de sal e o sedentarismo podem agravar quadros de pressão alta.

Conversamos com Claudio Benchimol sobre este e outros assuntos:

O que determina se uma pessoa terá hipertensão?

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Essencialmente, é o estilo de vida que ela tem. Embora o consumo de bebida alcoólica em quantidades pequenas (até duas doses por dia) possa até fazer bem à saúde, o uso de mais de três drinques por dia pode aumentar a pressão arterial. O ser humano tem consumido 12 gramas de sal por dia, quando a necessidade diária é de 4 a 6 gramas. Existem substâncias usadas cotidianamente, que retém o sódio e podem aumentar a pressão arterial, como alcaçuz, remédios como Afrin, por ser um vaso constritor, e os anti-inflamatórios. Refrigerantes que não contém açucares, porém tem uma quantidade absurda de sódio. O consumo desses produtos podem elevar as cifras tensionais.

A genética também é um fator de risco?

Sem dúvida o fator genético deve ser considerado. Inclusive crianças que nascem com baixo peso, em que o rim não teve tempo de amadurecer o suficiente, tem tendência a se tornarem hipertensas na idade adulta. É importante ressaltar que há pacientes que não apresentam ocorrências familiares anteriores e tem hipertensão arterial. Eles ficam surpresos na consulta e eu digo: “Em toda família alguém foi o primeiro caso”.

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Por que identificamos cada vez mais mulheres com pressão alta?

As mulheres hoje tem hábitos de consumo e estresse equivalentes ao dos homens: fumam, bebem álcool e, ainda por cima, tomam pílulas anticoncepcionais. A associação do fumo com as pílulas anticoncepcionais aumenta o risco de ter acidentes coronarianos em mais de três vezes.

Na sua opinião, como a pandemia impactou no tratamento de outras doenças e na saúde das pessoas de um modo geral?

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A pandemia levou à quarentena, que por sua vez fez as pessoas ficarem em pânico e trancadas em casa, sem atividade física, acarretando perda do tônus muscular, quedas, agravamento das obstruções coronarianas e quadros de infarto do miocárdio. A verdade é que pessoas de todas as idades foram atingidas por uma piora da qualidade de vida.

Qual a melhor forma de identificar a hipertensão arterial?

A medida da pressão arterial é de fácil verificação, porem é uma variável fisiológica e tem influência de muitos fatores. Se a pressão for medida após um um esforço físico ou psíquico, por exemplo, pode estar aumentada. O ideal é que a pressão seja tirada num ambiente tranquilo, com a pessoa sentada ou deitada, relaxada.

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O que deve ser considerada a pressão ideal?

O número de referência para o público leigo é de máxima de 140 e a mínima abaixo de 90 mmHg. Existem pressões para se reduzir esses números para aumentar o uso de medicações anti-hipertensivas.

O brasileiro cuida mal do coração?

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Não só no Brasil, mas também em todo o mundo. Há a tendência de se negligenciar as recomendações médicas.

Como o check up pode auxiliar na prevenção?

O check up é um ótimo aliado para minimizar problemas futuros, já que muitos pacientes são assintomáticos. Em um check up há a possibilidade de se avaliar ao mesmo tempo coração, cérebro e rim, órgãos diretamente impactados pela hipertensão arterial.

Para encerrar: quem é o maior inimigo do coração?

São vários. Sedentarismo, abuso de álcool e dieta com excesso de sal e gordura são grandes inimigos.

 

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