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Fábio Barbirato

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Psiquiatra infantil
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Divertida Mente 2: filme provoca boas conversas entre pais e filhos

Filme de animação levanta ótimos assuntos para um diálogo franco e honesto com as crianças e jovens

Por Fabio Barbirato
2 jul 2024, 09h38
Cena do filme "Divertida Mente 2".
A abordagem original e divertida do filme sobre diversas questões inerentes à saúde mental de todos nós é capaz de provocar boas conversas entre pais e filhos.  (Divulgação/Reprodução)
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Qual o tamanho das emoções em nossas mentes, como elas são criadas e que poder exercem sobre nós? É se debruçando sobre um tema tão fantástico que o filme “Divertida Mente 2” tem fascinado crianças, jovens e adultos e já levou mais de três milhões de espectadores aos cinemas, passando dos 70 milhões de reais em faturamento. Com a chegada das férias escolares, a tendência é que esses números ainda cresçam.

 

A abordagem original e divertida sobre diversas questões inerentes à saúde mental de todos nós é capaz de provocar boas conversas entre pais e filhos. Listo abaixo algumas destas questões:

 

  • Você já sentiu algo parecido com a crise de ansiedade da personagem? Quando? Como foi?” – Essa pergunta é importante para os pais avaliarem se a criança tem pensamentos catastróficos sobre o futuro e apresenta crises de ansiedade ou até mesmo pânico.

 

  • “O futuro é um assunto que te traz preocupação? Por que, filho?” – Se a criança tende a se preocupar de forma demasiada e desproporcional de acordo com a sua idade com relação ao futuro é bom os pais buscarem ajuda.
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  • “Você costuma pensar muito no futuro de forma catastrófica, como acontece com a personagem Ansiedade?” – Essa pergunta é útil para os pais entenderem se o costume for intenso e frequente, com prejuízo escolar ou social.

 

  • “Você sente vergonha com frequência? De que, filho?” – O questionamento é uma oportunidade para os pais saberem, por exemplo, se o filho já deixou de responder a uma pergunta da professora, mesmo sabendo a resposta, ou se tende a concordar com os amigos apenas para agradá-los, mesmo discordando.
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  • “Você tem algum segredo sobre seu passado que te envergonha e que gostaria de dividir com seu pai e sua mãe?” – Pais podem aproveitar essa oportunidade para abrir uma conversa franca com os filhos, sem julgá-los.

 

  • “O que eu faço que possa te envergonhar, filho?” – A partir da pré-adolescência, é comum que os filhos sintam um pouco de vergonha dos pais, como voltar da escola de mãos dadas com eles. É esperado que a partir dos 12 anos eles desejem ter alguma autonomia. Mas se esse sentimento aparece de forma precoce é importante procurar ajuda.
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  • “Já se sentiu constrangido de dizer a novos amigos algo de que gosta, como sua banda ou jogos favoritos, filho?”– Crianças e jovens gostam de se identificar com grupos, mas é importante que elas não se subordinem ao coletivo e consigam expressar sua individualidade.

 

  • “Por que acha que é importante sentir todas as emoções, mesmo as ruins, em vez de manter a alegria o tempo todo, assim como a personagem Alegria?” – Alegria o tempo todo não existe em nenhuma faixa etária. Crianças e jovens precisam ter contato e aprender a lidar com frustrações. São elas que criam adultos maduros e resilientes.
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  • “Pensar que “não é bom o suficiente” já passou pela sua cabeça? Com que frequência, filho?” – A pergunta é boa para os pais avaliarem se a criança se considera capaz e querida pelos amigos ou se está sempre se colocando pior do que os outros. Também é uma chance de averiguar o quanto a criança está preparada para falhar, algo absolutamente natural na vida.

 

Não perca a oportunidade de conversar com o seu filho. Um bom diálogo, franco e honesto, é capaz de aproximá-los, aumentar a confiança, prevenir o uso de drogas e o risco de transtornos. Crianças e jovens que enxergam nos pais referências de estabilidade são mais saudáveis e mais felizes.

Fabio Barbirato é psiquiatra pela ABP/CFM e responsável pelo Setor de Psiquiatria Infantil do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na pós-graduação em Medicina e Psicologia da PUC-Rio. É autor dos livros “A mente do seu filho” e “O menino que nunca sorriu & outras histórias”. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).

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