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Fábio Barbirato

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Psiquiatra infantil

A polêmica em torno da palmada

Bater associa o pai, mãe ou responsável à dor física e não ao respeito

Por Fabio Barbirato
7 nov 2025, 08h14
Criança sentada de olhos vedados.
Por muitas décadas, a palmada foi aceita como um método de educar as crianças. (Freepik/Reprodução)
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Quem tem mais de 30 anos sabe bem o que é palmada. Apanhar era uma das formas mais comuns de punição no século passado. Estudos demonstram que a maioria de pais nos Estados Unidos e Inglaterra, acreditam que a bater pode ser uma forma efetiva de disciplina, desde que seja usada com moderação e quando as outras estratégias disciplinares não conseguiram atingir o resultado desejado.

No Brasil, vigora desde 2014 a Lei da Palmada. O que diz a lei? “A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.”

Mas será que a palmada saiu mesmo dos métodos de educação em nosso país?

A verdade é que alguns pais, frequentemente, chegam aos consultórios dizendo-se cansados ou perdidos em determinadas situações e acabam recorrendo à palmada como forma de conter os filhos. A curto prazo, a palmada pode fazer a criança cessar o comportamento indesejável e reduzir temporariamente a probabilidade de que se repita. Bater associa o pai, mãe ou responsável à dor física e não ao respeito. A criança acaba sendo conduzida à uma idéia de rejeição familiar. Ainda assim, muitos pais não abrem mão da palmada como forma de educação dos filhos, uma reprimenda mais firme a algum comportamento errado da criança. No entanto, a longo prazo, os efeitos são claramente negativos e, portanto, deve ser evitada por diversas razões. O velho argumento “foi assim que eu fui criado e funcionava” não se sustenta por si só.

Atenção: o que estamos falando aqui não é de surra. A surra constante se vale da dor como modo de educação, de se conseguir o que se quer. 

O que sempre defendemos é que a criança receba uma explicação sobre o porquê os pais estão lhe pedindo determinada coisa. É fundamental que o filho entenda a atitude dos pais. Converse com seu filho, argumente, explique, tenha paciência. As crianças aprendem pelo exemplo que recebem.

Fabio Barbirato é médico psiquiatra pela UFRJ, membro da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência e responsável pelo setor de Psiquiatria Infantil da Santa Casa do Rio. Como professor, dá aulas na PUC-Rio. Autor dos livros “A mente do seu filho” e “O menino que nunca sorriu e outras histórias”. Foi um dos apresentadores do quadro “Eu amo quem sou”, sobre bullying, no “Fantástico” (TV Globo).

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