Chegamos à inacreditável marca de meio milhão de mortos por Covid-19. Ter eleito o pior presidente desde a redemocratização, um ignóbil que escolheu uma corja, tão ou mais incompetente que ele, para gerir um país com nossos problemas estruturais contribuiu decisivamente para este desfecho catastrófico. E por mais otimista que eu insisto em ser, sei que podemos dobrar esse número até o final do ano.
Há milhares de insatisfeitos com a conduta da criatura que “governa” o país e o cantor, compositor e pianista Ivan Lins é um entre os milhares. Parceiro de Chico Buarque, que no último sábado completou 77 anos e esteve presente numa das várias manifestações contra o destrambelhado chefe do Executivo, Ivan soltou o verbo e disse tudo que pensa sobre Jair em entrevista exclusiva no meu canal, o Papo de Música: “Lunático, despreparado, grosso, estúpido, homofóbico, misógino, racista e etc”.
A sexta entrevista da temporada 2021 do Papo de Música é daquelas tem que ver.
Para ler:
Durante esses 18 meses, já li mais que em toda minha vida. Exagero. Mas já li bem mais do que vinha lendo nos últimos anos e assinei um clube de leitura que consiste em pagar uma assinatura mensal e receber em casa livros escolhidos por gente especializada. As escolhas do dia a dia de uma mulher dobraram com a pandemia então as que posso delegar, eu delego. O Club F da Bazar do Tempo visa ampliar o acesso a múltiplas vozes, corpos e territórios feministas e criar uma poderosa rede de encontros, debates e troca de experiências, fortalecendo o pensamento crítico, a produção intelectual de mulheres e também suas atividades e ações. Todo mês rolam encontros e debates em torno do “livro do mês” e do compartilhamento de ideias, informações e vivências.
Para ouvir:
Existiu uma época, não muito distante, que era muito legal visitar um sebo ou uma loja de discos. O último sebo que fui e passei seis horas vasculhando cada cantinho fica em Nova York e saí de lá com dez LP’s – que ainda encontram-se na cidade porque não pude voltar lá por causa das restrições de circulação impostas pela pandemia. Mas quem tem tempo de passar horas fuxicando prateleiras? Por isso, uma boa sugestão é o Noize Record Club. Com uma curadoria contemporânea, todos os LPs chegam acompanhados de uma edição impressa da revista NOIZE cheia de fotos e reportagens inéditas que transportam você direto para o universo do disco e expandem a sua experiência. Na última sexta chegou por aqui o disco Gal Costa – Nenhuma Dor, cujo projeto gráfico é assinado pelo talentoso Omar Salomão e a direção artística pelo antenado Marcus Preto. Dois amigos que lutam do mesmo lado da trincheira que eu, Ivan e Chico. Antes do disco da Gal, chegou por aqui o clássico absoluto “Tim Maia Disco Club” lançado originalmente em 1978, com alguns dos maiores sucessos da carreira do Síndico: “Acenda o Farol”, “Jhony” e “Sossego”. Já que estamos confinados, a boa é transformarmos nossas casas em boas discotecas.