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Por Fabiane Pereira, jornalista
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Cultura e vacina salvam vidas

Subsídios culturais fazem parte de todo planejamento político sério

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Atualizado em 12 mar 2021, 13h18 - Publicado em 12 mar 2021, 11h50

Sextou e, como todo mundo, tento tirar forças sabe-se lá de onde para continuar levantando da cama. Não há assunto mais importante neste país do que os sucessivos recordes de média móvel de óbitos por Covid-19. Há dois dias, chegamos ao inacreditável número de 2349 mortes num único dia. Sabemos de quem é a culpa por tamanho descaso. Sabemos quem tem as mãos sujas de sangue. Mas nesta semana tão dramática e triste da história do nosso país, também tivemos respiros. Lula está elegível e de volta ao palanque. E como tudo é política nos dias de hoje, tê-lo como aliado na luta contra os negacionistas pode (e vai) salvar vidas.

Quem achar que estou fugindo do tema principal desta coluna, não entendeu nada. Não existe cultura sem política, especialmente sem políticas públicas. De 2015 pra cá, vivemos um sucateamento do segmento e, desde que o governo atual assumiu a presidência, esse sucateamento vem junto com a criminalização do setor cultural. Artistas, jornalistas, produtores culturais e todas os profissionais que fazem parte do ecossistema cultural vem sendo perseguidos como nos tempos da ditadura. Ou alguém acha que deixar toda a economia criativa sem subsídio e perspectiva não é perseguição?

Algum desavisado pode pensar: mas e a Lei Aldir Blanc? Bem, a lei de apoio emergencial ao setor cultura foi criada em abril de 2020, a partir de uma iniciativa dos movimentos culturais de todo país e das deputadas federais Jandira Feghali (PCdoB – RJ) e Benedita da Silva (PT – RJ). E aqui abro parênteses para reforçar que ambas fazem parte da oposição. A lei foi assinada por 39 deputados federais de 14 partidos, foi aprovada em junho e, no fim do ano passado, destinou 3 bilhões de reais para pagamento de auxílio emergencial a artistas, produtores, técnicos, eventos e espaços de cultura. Tudo isso, claro, contrariando o governo. Mas venceu a mobilização popular e a garra de duas mulheres cujas trajetórias, na vida pública, são inquestionáveis.

Graças a lei Aldir Blanc – e aqui volto a abrir parênteses para lembrar que Aldir Blanc foi um dos maiores letristas da música brasileira e faleceu, no ano passado, vítima da Covid-19 -, consegui produzir a websérie “Pelas Quadras do Samba” no canal Papo de Música. Um conteúdo que joga luz a um gênero musical desvalorizado por muitos, o samba-enredo. Os compositores de sambas enredos não têm o prestígio de seus colegas de caneta, a menos que ocupem outros palcos fora das quadras das escolas de samba. Quis mostrar ao público, através de entrevistas descontraídas e informativas, que esses geniais artistas merecem toda nossa admiração e respeito.

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Já foram ao ar entrevistas com Altay Veloso, Manu da Cuíca, Dudu Nobre e Fred Camacho. Ainda vão ao ar bons papos com Pretinho da Serrinha (16), Magal (19), Martinho da Vila (23), Daniel Gonzaga (26), Andrezinho (29) e Mauro Diniz (31).

 

Um país que não reverencia seus artistas é um país fadado ao fracasso. Sem cultura não chegaremos a lugar nenhum. E sem vacina também não.

Por fim, faço coro ao Lula: “não sigam nenhuma decisão imbecil do presidente”.

 

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