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Fabiane Pereira

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Uma semana dedicada à cena musical independente do Rio de Janeiro

Papo de Música e Festival Faro provam que, apesar da crise instalada na cidade, a arte resiste

Por Fabiane Pereira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 set 2020, 10h17 - Publicado em 16 set 2020, 10h06
 (João Victor/Divulgação)
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Estamos no meio da 7ª edição do Festival Faro. Estreamos na segunda com dois shows arrebatadores (Pietá e Marina Íris) e ontem rolaram outros dois shows potentes (Luciane Dom e Caio Prado). Esta noite, a partir das 20h, com transmissão exclusiva no canal Papo de Música no Youtube, o festival vai receber o encontro de Victor Mus e Caru. Amanhã, será a vez de Anderson Primo e Julia Mestre. Sexta, duo Troá e Mariana Volker.

 

 

O Rio de Janeiro é uma cidade de contrastes. É o maior destino turístico internacional. O bairro de Copacabana e Ipanema já foram cantados em versos, prosas, samba, funk, rap, choro e bossa. É a cidade brasileira mais conhecida mundo afora por isso tudo que acontece por aqui funciona como uma espécie de “retrato” nacional no exterior. Nossa música é reflexo disso. A bossa nova e o samba são os gêneros musicais brasileiros mais populares no mundo e ambos têm o Rio como berço.

O Rio de Janeiro talvez seja também a cidade mais mal tratada pelo poder público. “Saqueada” é a palavra mais adequada para se referir a forma como muitos políticos agem por aqui. A esta altura já é sabido pelo mundo que Witzel é o 6º governador do Estado na mira da Justiça em menos de 4 anos. Cinco foram presos. Podia ser caô mas é real.

Em momentos difíceis, em que há sobreposições de crises (econômica, política, social, sanitária…), a arte é a única válvula de escapa que eu boto fé. E não quero nem falar de fé porque me lembra Crivella e aí é outra derrota. Falemos de arte. De arte como instrumento de mediação social.

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O rapper Delacruz, meu convidado da semana no Papo de Música, é cria de Vigário Geral, favela localizada na Zona Norte da cidade. Ele podia ser apenas um número na triste estatística que cisma em alvejar jovens pretos e periféricos mas a arte o fez exceção à regra. Com números expressivos nas redes sociais e plataformas de streaming, passagem pelo Rock in Rio e dois discos lançados, Delacruz tem consciência que a luta é diária e o caminho longo.

 

 

Sem o incentivo do poder público, esses jovens e talentosos artistas precisam ressoar. Poucos são os espaços encontrados para reverberar suas vozes. Mas ninguém desiste porque assim como eu, esses artistas acreditam que eles passarão, “nós” passarinho. E viva Mário Quintana.

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