A poeta Maria Rezende reestreia no Rio de Janeiro o solo ‘Mulher Multidão’
O espetáculo feminista reúne poemas autorais e obras de artistas novas e consagradas sobre as forças e fragilidades da mulher contemporânea
Ao se aprofundar no movimento feminista, Maria Rezende que além de poeta e performer é também coautora de um álbum bilíngue de canções lançado na Espanha, celebrante de casamentos e responsável pela montagem de grandes bilheterias do cinema brasileiro, sentiu a urgência de criar um espetáculo que, com potência e humor, mostrasse as forças e fragilidades da mulher contemporânea.
Assim nasceu Mulher Multidão, que estreou em 2020 e inicia nova temporada na próxima quarta, 07 de agosto, no Sesc Copacabana. Após a estreia, o solo segue com mais sete apresentações em várias unidades do Sesc no Estado do Rio. Temas como amor, autoestima, prazer, relacionamento abusivo, estupro, maternidade e a relação com o próprio corpo são levados à cena em poemas autorais dos seis livros da artista e obras de poetas novas e consagradas. Misturados aos poemas estão textos informais que tornam o solo uma espécie de stand up poetry, levando o público a refletir sobre palavras novas, mas que falam de coisas que sempre existiram: feminicídio, sororidade, etarismo, autocuidado.
Ao idealizar Mulher Multidão, Maria, que tem um trabalho de mais de 20 anos com a poesia falada, se cercou de referências. Além dos movimentos feministas contemporâneos e acontecimentos recentes, a poeta se inspirou em livros como “O mito da beleza”, de Naomi Wolf; “Quem tem medo do feminismo negro”, de Djamila Ribeiro; “Teoria King Kong”, de Virginie Despentes, e na poesia de Adélia Prado, Elisa Lucinda, Viviane Mosé, Mel Duarte, entre outras artistas.
“Quero jogar luz sobre a constante pressão sofrida pelas mulheres, os ideais inatingíveis de beleza, a exigência da magreza e juventude, a transformação do desejo de “poder ser tudo” na obrigação de “ter que ser tudo”, a violência física, sexual, moral, e também nossas potências, a força do feminino, a escolha ou não pela maternidade, a liberdade para o prazer e a delicadeza dos afetos”, enumera Maria. “Reestrear esse solo seis meses depois de ter me tornado mãe solo por escolha aos 45 anos, através de fertilização in vitro, é muito potente. É uma reafirmação do desejo e da capacidade de realizar que me movem na invenção doe um caminho muito próprio na vida e na arte”.
Mulher Multidão é um verso do poema “Pulso aberto”, dedicado ao uruguaio Eduardo Galeano, em que a poeta diz “Somos as que evitam o desastre / as que inventam a vida as que adiam o fim/ mulher, multidão”.
Ficha técnica:
Concepção, direção e atuação: Maria Rezende
Texto: Maria Rezende e poemas de Elisa Lucinda, Viviane Mosé, Mel Duarte, entre
outras
Cenário: Vital Lordelo
Produção: Elabore Kom
Figurino: Estum
Serviço: Mulher Multidão – Espetáculo de Maria Rezende
Temporada Sesc Pulsar 2024: 07/08 a 05/12 em várias unidades do Sesc no RJ
(Tijuca, Nova Iguaçu, Madureira, Niterói, Petrópolis, Friburgo e São João de Meriti)
Estréia 07/08 Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160)
Entrada franca
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 16 anos