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Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania

Primavera de atividades esportivas e recreativas ao ar livre

Da corridinha às raquetadas do pickleball, Quinta oxigena vocação para o lazer banhado de verde e de sol, tão importante à saúde física, mental, espiritual

Por Alexandre_Carauta Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 out 2025, 12h16 - Publicado em 2 out 2025, 10h32
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quinta.jpg (Redação Veja rio/)
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O sol ainda espreguiça quando o vaivém aquece a primavera. Antigas e novas brincadeiras esparramam-se cariocamente ao ar livre. Irradiam a leveza infantil.

Mãe e filho improvisam um pique, o pai namora o futebolzinho ao lado, gol de chinelo, raiz da raiz. Moleques descalçam o mundo e brincam de bobinho. Outros rolam sobre a grama úmida de sereno: o tobogã perto do lago é um eterno sucesso.

A garotada encara matreira a placa que proíbe o mergulho no cartão-postal, outrora rabiscado de pedalinhos, louca para desobedecê-la e nadar com a serpente de bronze. Ela continua dócil às fotos.

Mulheres fazem ioga sobre o tapete de folhas, famílias ensaiam o piquenique, discos de plástico cruzam a sombra alheios à gravidade. O menino macaqueia no galho igual Mogli. Dependura-se pelos pés, a avó congela, o tempo acalma.

O trenzinho, quase de brinquedo, cantarola uma melodia de recreio. Circula manso, vagar caipira, avesso à pressa cotidiana.

Atletas atravessam os jardins imperiais afagados pelo calor manhoso do começo de estação. Da corridinha marota ao treino de maratona, cadenciam diversidade.

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Mistura também sobra na pelada semanal. Pelada de almanaque. Poeticamente rústica, democrática, efervescente que nem almoço de domingo. Banquete de clichês.

Ali têm vez o bom de bola na dele e o bom de bola marrento, o pereba marrento (pior espécie não há) e o pereba gaiato (imprescindível à resenha), o reclamão e o encrenqueiro (às vezes é impossível distingui-los), o vovô-garoto, o tiozão metido a craque, o fominha, o toglodita, o convidado do cunhado, o presepeiro e, claro, o infalível perna de pau. Ali, no chão pisado por monarcas há dois séculos, ninguém reina acima do perna de pau.

A quadra vizinha é das raquetadas. Bolinhas quicam no compasso do pickleball, misto de tênis, badminton, pingue-pongue, com uma pitada de taco, clássico do asfalto suburbano.

Enquanto isso, crianças tentam adivinhar os bichos atrás da cerca que dá para um cantinho do zoológico (BioParque). “Parece avestruz”, admira-se a menina, como quem entra numa dimensão mágica.

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O encantamento miúdo compõe a aquarela de pequenas grandes diversões sob a brisa bucólica do parque público. Lazer simples, acessível, precioso à saúde física e mental de qualquer geração.

O Museu Nacional contempla do alto a movimentação banhada de verde. Renascido do incêndio de 2018, respira sua própria primavera. Pipas sorridentes o cortejam.

De quebra, a volta pela Quinta colore a memória daqueles que nela descobriam seu quintal e aprendiam que pouca coisa vale tanto quanto se aventurar numa árvore. Todo quintal, diria Manoel de Barros, ensina a cumplicidade da árvore. Que seria da vida sem quintais?

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Levantando a bola da doação

Outro quintal visceralmente carioca, o Maracanã levanta a bola da responasbilidade social, sábado agora (4), quando Flumiense e Atlético-MG duelam, às 18h30, pela 27ª rodada do Brasileiro. Antes da partida, uma faixa estampada no gramado lembra: “A vida continua através da solidariedade. Doe órgãos, doe vida”. Organizada pela Suderj e pela Fundação de Apoio e Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), a iniciativa reforça a importância deste tipo de doação para a saúde.

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“Doar órgãos é permitir a continuidade da vida. Precisamos cada vez mais conscientizar a população, em todos os lugares, para este gesto que salva o próximo”, ressalta o presidente da Suderj, Marcos Santos.  O futebol e, em particular, o Maraca impulsinam a campanha, observa a presidente da Faperj, Caroline Alves:

“Levar essa mensagem ao Maracanã, um dos maiores símbolos do Rio e do Brasil, é uma forma poderosa de sensibilizar milhares de pessoas sobre a importância da doação de órgãos. Embora o Setembro Verde seja dedicado à causa, a conscientização deve se estender por todo o ano. A ciência e a vida caminham junta. Ações assim ajudam no recomeço de muitas histórias”.

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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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