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Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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O amanhã balança entre a prevenção, a resiliência e a soberba

Embora negligenciadas, estratégias preventivas evitam colapsos tanto no meio ambiente quanto na saúde: prática esportiva sustenta o bem-estar

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14 Maio 2024, 09h25

Sintoma da Terra em transe, a recorrência de fenômenos extremos – ou assim ainda considerados – populariza a resiliência. Originária da biologia, agrega as capacidades de adaptação e reconstrução.

Os japoneses, por exemplo, viraram exímios resilientes a terremotos. A cada tremor, acumulavam aprendizados para melhor remediá-los.

Estratégias preventivas mostram-se igualmente cruciais. Afastam ou controlam os riscos, evitam o pior. Salvam vidas. No mínimo, as poupam de sacrifícios evitáveis.

O princípio aplica-se a todas as áreas: meio ambiente, medicina, segurança. Reduz perigos, complicações, custos. Ainda assim, é sistematicamente negligenciado.

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A Humanidade historicamente prefere apagar do que precaver incêndios. Freud explica, em parte, a inclinação temerária. Sua raiz habita a esquina entre ganância, boçalidade, descaso.

A comoção solidária com o leite esparramado poderia mobilizar empenho equivalente em encolher a chance do derrame e amenizar os efeitos. Começa por coibir os barões que lucram com as tragédias

Socorros às vítimas de calamidades como as do Sul lembram, da forma mais dolorosa, a importância da prevenção e da resiliência. Haveriam de constituir uma cultura universal, de guiar prioridades estatais.

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Se a batuta da prevenção orquestrasse o planejamento urbano, as consequências das enchentes gaúchas teriam sido menos catastróficas. Atribuí-las à fatalidade configura um desvio civilizatório ancorado entre a ingenuidade, a hipocrisia e o escapismo.

Previdência idêntica vale para o corpo humano. Hábitos como dormir bem, alimentar-se com equilíbrio, exercitar-se regularmente, fazer exames periódicos formam uma vacina contra os inimigos do bem-estar e da longevidade saudável. Contêm obesidade, diabetes, distúrbios cardiovasculares, câncer, depressão.

Os benefícios da prática esportiva são diretamente proporcionais à regularidade e à compatibilidade com características e necessidades individuais. Tais condições demandam prescrição e orientação profissionais. Deveriam ser amplamente providas pelo Estado, sobretudo aos cidadãos pobres, como alicerces de uma política de Saúde menos centrada em tratar do que prevenir.

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Meia hora por dia de atividade moderada – caminhar, pedalar, trocar o elevador pela escada – já diminuiria bastante as hospitalizações e os tratamentos invasivos, caros. A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos semanais combinados entre exercícios aeróbios e de força.

Manter assíduas consultas e avaliações médicas revela-se cuidado não menos decisivo. Elas detectam perigos a tempo de barrá-los. Muitos crescem silenciosos, ao contrário dos alertas climáticos sobre o menosprezado precipício que cavamos.

Falta-nos a inteligência e o senso de sobrevivência do cavalo resgatado na réstia de telhado. O pequeno milagre lega um metafórico aviso do amanhã onde, pelo desatino da carroça, mal encontraremos telhados.

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Quem sabe os anjos nos acordem da soberba antes que colapsos irrompam com frequência e fúria insuportáveis, irreversíveis? E então, contagiados pela sensibilidade e pela sensatez resilientes, passemos a construir algo próximo à casa sonhada por Zé Rodrix, cantada por Elis, do tamanho da paz e das coisas belas, não da estupidez. Quem sabe…

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Fio Maravilha no Leblon

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Eternizado pela canção-louvor de Jorge Benjor, o folclórico Fio Maravilha descerá do imaginário para conversar com a galera, sábado agora (18), às 11h, no Bigorrilho do Leblon (Av. Ataulfo de Paiva, 814). O encontro integra a série Gigantes do Museu, bate-papos com personagens do futebol organizados pelo Museu da Pelada.

O ex-atacante rubro-negro lembrará, entre várias histórias pitorescas, a origem do apelido e o tal gol de anjo que inspirou a música lançada em 1973. Foi marcado no ano anterior, quando Flamengo e Benfica disputavam um amistoso no Maraca.

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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação FísicaOrganizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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