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Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania
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Braçadas que transbordam equilíbrio, perseverança, superação

Participante do 14º Rei e Rainha do Mar, em Copacabana, Vivi Borba conta como a natação lhe deu força mental para atravessar o tratamento de um câncer

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Atualizado em 5 dez 2023, 09h53 - Publicado em 5 dez 2023, 08h00

A tradutora Viviane Borba evoca uma palavra preciosa para sintetizar o paraíso extraído das braçadas em Copacabana, Icaraí, Boa Viagem. A palavra, tão arredia nesses tempos frenéticos, é “equilíbrio“. Oxigênio ao cotidiano inundado de telas, afazeres, sobressaltos.

O reencontro com a natação, há quase quatro anos, alimentou a força mental para Vivi atravessar o tratamento de um câncer de mama descoberto em 2021. “Perguntei logo à médica se podia continuar nadando durante a quimioterapia. Ela disse que dependeria da reação do meu corpo. Tudo correu bem”, comemora. “A prática esportiva, a minha companheira e a minha família foram decisivas para eu enfrentar a barra, e seguir em frente”, completa.

Fora o repouso exigido no pós-cirúrgico, Vivi manteve o compasso de treinos, dois ou três por semana, e de competições como a do próximo fim de semana. Aos 40 anos, incorpora-se ao recorde de inscritos no 14º Rei e Rainha do Mar. Criado pela agência Effect Sport, o festival praiano reúne, sábado e domingo agora, em Copa (Posto 5), mais de 5 mil competidores, de 19 estados.

Parte deles inaugura a prova Super 3, com equipes femininas, masculinas e mistas. Três atletas de cada time se revezam ao longo de um quilômetro e meio. Ninguém se surpreendeu quando Vivi, ímpeto de campeã, topou o desafio:

“Aceitei o convite de uma amiga, do Paraná, para participar, ao lado dela e de outra nadadora, de São Paulo. Eu a conheci na etapa carioca do ano passado. O esporte une as pessoas”, enfatiza. “Confesso que estou um pouco nervosa. Vou encarar 500 metros na prova individual e 500 no revezamento. Por outro lado, fico estimulada”.

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O estímulo impõe-se até sobre as dores inerentes ao esforço de conciliar as terapêuticas braçadas com as novas exigências corporais. Acima dos pódios e dos benefícios físicos, as incursões marítimas aprumam a cabeça, o espírito, a vida:

“Quando nado, me encontro comigo, renovo as energias. E a atmosfera festiva do esporte me encanta. Adoro confraternizar”, celebra, com a simpatia de quem cultiva milagres miúdos em meio à aspereza urbana.

Nadadora Vivi no pódio da Rainha do Mar
Viviane Borba (Divulgação/Reprodução)

A natação lhe chegou despretensiosa, por acaso. Vivi não desperdiçou a oferta da tia para acompanhar a prima nas aulas de um clube do subúrbio onde moravam.

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A rotina adulta a afastou das piscinas. Voltaria a nadar com frequência só em 2020. Nas praias de Niterói, sobreviveu à pandemia: “O mar me acalmava”, lembra. “Aí, para minha felicidade, não parei mais”.

A felicidade comporta ainda o sonho de competir em Arraial do Cabo, Região dos Lagos. A água gelada, de cortar os ossos, não a  intimida. Prevalecem o cenário deslumbrante e o apetite esportivo.

Equilíbrio não é a única preciosidade que Vivi extrai do mar. Nele revigora sua inestimável perseverança.

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 Alexandre Carauta é professor da PUC-Rio, doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação FísicaOrganizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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