Esquinas do Esporte
Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio
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Beach tênis cresce sob a brisa da popularização
Iniciativas como o Circuito Liberta, que larga no fim de semana, reforçam avanço do esporte, cuja democratização convoca as iniciativas pública e privada
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Atualizado em 14 ago 2025, 18h53 - Publicado em 14 ago 2025, 08h23
Onipresente nas praias da cidade, o beach tênis ganha condomínios, praças, clubes. A escalada de competições une o frescor das peladas dominicais ao amadurecimento do qual emergem craques, negócios e, sobretudo, oportunidades de inclusão.
Iniciativas como o Circuito Liberta intensificam essa brisa soprada pela vocação carioca para atividades ao ar livre. Com disputas profissionais e amadoras (categorias A/Open, B, C e D), o novo torneio larga agora sábado (16) e domingo (17), no CT Smash, na Barra. As quatro etapas somam R$ 70 mil em prêmios.
“Investir em premiação é investir na permanência e na evolução de talentos”, destaca os treinadores e empresários Rafael Simião e Jorge Fabiano, sócios da Liberta Beach Tennis, organizadores do circuito. Em entrevista à coluna, Simião e Fabiano aponta caminhos para expandir “de forma saudável” o beach tênis e democratizá-lo no país.
Eles propõem entrelaces públicos e privados para converter a lua de mel entre o esporte e o Rio em ferramentas de transformação social: “O próximo passo é a integração com escolas e projetos comunitários”.
Qual o peso da premiação para o desenvolvimento de talentos?
Acreditamos que a premiação em dinheiro é um combustível essencial para o sonho de qualquer atleta. No beach tênis, ela não representa só o ganho financeiro imediato, mas a mensagem de que o talento e o esforço são valorizados. Quando o atleta percebe o retorno real pela dedicação, ele se motiva a treinar mais, competir mais e se manter no circuito. Na Liberta, entendemos que investir em premiação é investir na permanência e na evolução dos melhores talentos.
Que outras iniciativas são importantes para expandir e democratizar o esporte no Rio, no país?
Para que o beach tênis cresça de forma saudável, precisamos de três pilares: a) formação de treinadores qualificados, garantindo que o esporte seja ensinado com metodologia e segurança, e a Liberta veio contribuir para isso; b) acesso a quadras e equipamentos em diferentes regiões, inclusive em comunidades e escolas públicas; c) projetos de base que despertem o interesse de crianças e jovens desde cedo, criando novos talentos e fomentando hábitos saudáveis. Essas ações, combinadas, tornam o esporte mais acessível e inclusivo.
Até que ponto a cultura carioca e a vocação da cidade para atividades ao ar livre contribuem para a escalada do beach tênis?
O Rio é um berço natural para o beach tênis. Temos clima favorável o ano inteiro, um litoral extenso, paisagens inspiradoras e uma cultura que valoriza o esporte ao ar livre e o convívio social. Esta combinação cria um cenário perfeito para a modalidade se espalhar rapidamente. Mas é importante transformar essa vocação em estrutura: mais quadras, torneios regulares e oportunidades de formação.
Como se esboça o horizonte do beach tênis nacional? Como seu avanço pode se estender aos ambientes escolar e comunitário?
O beach tênis vive uma transição no Brasil. Saiu do ninho e começa a se popularizar. O próximo passo é a integração com escolas e projetos comunitários, tornando o esporte parte do dia a dia das pessoas. Federações, patrocinadores e iniciativas privadas têm papel crucial em financiar e apoiar esses projetos. Se conseguirmos unir performance com inclusão social, teremos um esporte que não só cresce em nível técnico, mas também transforma vidas.
Por falar em transformação de vida, qual a sua relação com o esporte e com o Rio?
O beach tênis me conquistou pela energia e pela conexão que ele forma entre as pessoas. A cidade é um palco perfeito para essa paixão: somos crias do Rio, que é nossa casa, é a nossa inspiração. É o lugar onde vi que o esporte pode ir muito além da competição. Pode ser ferramenta de transformação social. Fundar a Liberta Beach Tennis aqui é, para nós, retribuir à cidade tudo o que ela nos deu, ajudando a escrever uma nova história para atletas e treinadores.
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Preciosidades do futebol
O fim de semana também é da memória futebolística. Organizada pelo colecionador Luís Quedinho, com o apoio do Museu da Pelada, a feira Geral reúne livros, cartões, camisas marcantes dos anos 1970 e 1980, como as usadas por Zico, Roberto Dinamite, Toninho Cerezo.
O tradicional encontro aporta domingo (17), das 9h às 16h, no Grajaú Tênis Clube. Um doce passeio por preciosidades materiais e simbólicas sem as quais o mundo da bola não seria o que é.
“Um destaque bacana é a Bola de Ouro de um craque que encantou a década de 80”, adianta Quedinho, orgulhoso. “A identitidade desse ex-jogador será revelada só no domingo, para atiçar a expectativa”, justifica, com o habitual bom humor.
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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.
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