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Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania

Asas à longevidade com bem-estar e independência

Redução das desigualdades, inclusive no acesso ao esporte, é um dos caminhos para energizar a vida, como a septuagenária Tereza de "O último azul"

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Atualizado em 20 set 2025, 07h55 - Publicado em 18 set 2025, 18h05
Cena de Denise Weinberg e Rodrigo Santoro em "O último azul"
A Tereza de Denise Weinberg e o barqueiro de Rodrigo Santoro navegam uma imersão existencial, no longa de Gabriel Mascaro (Guillermo Garza/Divulgação)
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O último azul” dedilha um recital miúdo, orquestrado no barro das coisas. Sob a batuta de Gabriel Mascaro, o longa premiado em Berlim canta o desejo na velhice, historicamente silenciado pelo mundo ocidental. Entoa uma fábula distópica em torno do direito à fantasia, ao prazer, à independência.

A jornada amazônica, atrás do sonhado voo de avião, liberta a septuagenária Tereza (Denise Weinberg, magistral) do asilo forçado, do estigma etário, dos claustros morais. Encontros fortuitos no caminho lavam a alma oprimida pelo preconceito e pela insensibilidade à solta.

À medida que cruza as artérias fluviais, Tereza vira rio. Flui renovada, respira o oxigênio de quem desamarra o horizonte. Voa sem avião.

Condenadas à exclusão, infinitas Terezas enfrentam o desprezo, a arbitrariedade, a caretice de plantão. Lutam invisíveis contra repressões à carne e ao espírito.

Negligências e discriminações cotidianas asfixiam a longevidade saudável – dourada de bem-estar, autonomia, poesia. Para construí-la, é preciso mexer o esqueleto, a cuca, a pele. Confraternizar, namorar, ousar. Ventilar a mente e o coração. Vadiar sem culpa. Voar.

Essa receita, cientificamente comprovada, enfrenta barreiras como o etarismo e a desigualdade de acesso ao lazer esportivo. Esbarra também numa cultura médica menos preventiva do que terapêutica.

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O esporte energiza os músculos, a cabeça, a vida comunitária. Afasta ameaças à integridade física, psicológica, emocional. Irriga a inclusão. Democratizá-lo, em todas as idades, constitui uma responsabilidade constitucional, social, incondicional.

A forma como vemos e tratamos os idosos diz muito do que somos, do queremos ser. Enquanto aposentados mofam na fila à cata do dinheiro roubado, a Tereza da ficção sacode a poeira, vence o descaso de peito aberto, com o caleidoscópio dos poetas e a intensidade dos apaixonados. Baita inspiração à realidade.

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PUC-Rio levanta a bola da inclusão esportiva

A inclusão arranca na 2ª Semana de Esportes da PUC-Rio, de 22 a 27 de setembro. Das mesas-redondas sobre desafios paralímpicos e sobre projetos sociais empreendidos por ex-atletas ao torneio infanto-juvenil 2×2 (gol pequeno), a universidade levanta a bola para a triangulação entre educação, dimensões esportivas e transformação de vida.

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Apoiada pela Cátedra Guido Schäffer de Esporte, Fé e Cultura, a iniciativa reúne debates, atividades recreativas, disputas universitárias, sessão de cinema, exposição de camisas. Inclui uma singela homenagem ao jornalista Guilherme Matos, morto no desastre do voo da Chapecoense, em 2016, quando cobria a final da Copa Sul-Americana pela Globo.

Integram também a programação, por exemplo, bate-papo sobre inteligência artificial e esporte, com participação do diretor de Conteúdo Digital de Esporte, Gustavo Poli; exibição dos curtas “Eu quero ir” (2025, direção de Pablo Polo) e “A grandeza do futebol – Rondinelli e Dinamite” (Museu da Pelada), selecionados pelo criador do festival Cinefoot, Antonio Leal; apresentação de altinha; e um desafio de embaixadinhas conduzido pelo recordista Professor Caniddia.. O fundador do Museu da Pelada, Sérgio Pugliese, tabela com duas mesas-redondas: sobre diversidade e esporte no audiovisual; e sobre memória no mundo do futebol.

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No lugar dos cavalos

Corredores na pista do hipódromo

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Três mil corredores inauguraram, sábado passado, um dos circuitos mais criativos do país. Ganharam a pista do  hipódromo carioca, em trajetos de cinco e dez quilômetros.

Organizada pela X3m, a I Love Corrida Prio reforçou a lua de mel entre a modalidade e o entretenimento expandido. Somadas às provas, oito atrações musicais confraternizaram cinco mil pessoas, em dois dias, no Jockey.

A iniciativa tende a se fixar no calendário esportivo do Rio. Gerou 400 vagas diretas e indiretas de trabalho e reciclou quase uma tonelada e meia de lixo.

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Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

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