Imagem Blog

Esquinas do Esporte

Por Alexandre Carauta, jornalista e professor da PUC-Rio Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pelos caminhos entre esporte, bem-estar e cidadania

As brisas que sopram o sorriso fácil de Martine Grael

Pioneirismo, representação feminina e reencontro com o Rio renovam baterias da bicampeã olímpica para encarar os desafios de primeira capitã no SailGP

Por Alexandre_Carauta Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
17 abr 2025, 10h59
Martine Grael no barco da SailGP
Martine: "Maior desafio é manter o time concentrado e afinado com tanta coisa ao mesmo tempo" (AT Films / SailGP/Divulgação)
Continua após publicidade

O sorriso fácil navega uma dupla felicidade. Alegra-se em rever os amigos, as delícias cariocas. Irradia também pioneirismo. Aos 34 anos, água salgada na veia, Martine Grael é a primeira capitã do SailGP, a Fórmula 1 dos Mares, cujos catamarãs ultrapassam 100 km/h.

“Muita adrenalina. Já me acostumei com a velocidade. O mais difícil é manter o time entrosado e concentrado com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo”, conta a bicampeã olímpica (Rio 2016, Tóquio 2021). “Tenho uma grande responsabilidade. Quando meninas me veem, se sentem confiantes em fazer o que quiserem fazer”, completa Martine, uma das 37 competidoras da temporada.

À frente da equipe brasileira Mubadala, estreante sul-americana na categoria, ela revelou bastidores da nova empreitada num breve papo enquanto se preparava para a etapa do Rio (posteriormente cancelada, por segurança). Ao lado da diretora de Marketing da Mubadala, Mariana Britto, a ex-campeã mundial de iatismo (2014) contou ainda como renova as baterias na cidade de estimação.

Qual o principal desafio nessa nova incursão na vela?

Martine: Manter o time entrosado e concentrado. Muita coisa acontece ao mesmo tempo. Temos de processar rapidamente um turbilhão de informações, enquanto navegamos. Isso exige um grande trabalho de grupo. Fico honrada, gratificada, de liderá-lo.

O que significa, para a representação feminina, o pioneirismo de primeira capitã no SailGP?

Martine: Essa conquista estimula novas gerações a ampliarem o espaço e o reconhecimento feminino no esporte, na sociedade. Inspira meninas a fazerem o que querem e sabem fazer.

Continua após a publicidade

Mariana: Uma grande competição, uma grande equipe e as marcas apoiadoras devem impulsionar mais do que a alta performance esportiva. Precisam entregar diversidade, inclusão, empatia.

A alta velocidade é a maior diferença entre a vela olímpica, que já rendeu 12 pódios ao Brasil, e a pilotagem de um catamarã de 50 pés que supera 100 km/h?

Martine: A velocidade impressiona mesmo, aumenta a adrenalina. Já me acostumei. Acredito que as maiores diferenças sejam a quantidade enorme de dados que processamos para competirmos em alto nível, inclusive durante as provas, e a necessidade de conjugá-los com as tarefas de cada integrante da equipe. A afinação e a concentração da equipe têm de ser extremas. Como capitã, fico o tempo todo ligada nisso. Mas não podemos esquecer que, no fim das contas, é uma competição da vela.

Fora o peso histórico, qual a importância de o país inaugurar uma etapa e uma equipe (Mubadala Brazil) sul-americanas no SailGP?

Mariana: Essas iniciativas ajudam a desmistificar e popularizar a vela. Ajudam a sedimentar a cultura esportiva, a fortalecer seus impactos socioculturais e econômicos. Também reforçam o preparo do país, em particular do Rio, para sediar grandes eventos esportivos.

Continua após a publicidade

Martine: A equipe e a etapa brasileiras aproximam a vela do público. Ele acompanha de perto o espetáculo e torce. Uma grande festa.

Até que ponto a vocação esportiva do Rio contribui para a ampliar a relação com a vela?

Martine: O Rio tem tudo a ver com a vela. A cidade respira esporte. É uma delícia velejar aqui, embora a Baía imponha várias dificuldades. Sou suspeita. Nasci em Niterói, o Rio é minha casa. Tem uma energia contagiante. Como passo boa parte do ano no exterior, aproveito para rever os amigos e fazer programas bem cariocas.

Por exemplo?

Martine: Ah, vários: caminhar, curtir um bar ou um restaurante com amigos, por exemplo. Para cada programa, há um grupo diferente, com uma energia boa. Uma energia carioca, singular, que me acompanha mundo afora.

Continua após a publicidade

______

Alexandre Carauta é jornalista e professor da PUC-Rio, integrante do corpo docente da pós em Direito Desportivo da PUC-Rio. Doutor em Comunicação, mestre em Gestão Empresarial, pós-graduado em Administração Esportiva, formado também em Educação Física. Organizador do livro “Comunicação estratégica no esporte”.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Assinantes da cidade do RJ

A partir de 35,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.