Nomofobia: você conhece esse termo?
O que fazer quando o smartphone se transforma em dependência?
De acordo com o IBGE, 84,9% das crianças no Brasil estão on-line e 54,8% já possuem um aparelho de smartphone. Os números mostram uma realidade que só aumenta no dia a dia e que presenciamos através dos relatos nos consultórios ou simplesmente ao observar como crianças e adolescentes se comportam dentro do nosso círculo social.
Os dados evidenciam um alerta para os pais: a dependência tecnológica na infância, que pode gerar a denominada nomofobia, medo de ficar sem o telefone ou desconectado. O que parece algo tão simples, pode desencadear consequências maiores e irreversíveis à infância, que podem se estender até mesmo à vida adulta.
Um estudo publicado na revista Nature, realizado com jovens dependentes de celular e sem outros problemas de saúde revelou o mesmo tipo de alteração relacionadas a outros vícios. O grande perigo é que o celular pode desempenhar o papel de um dreno cerebral, o que rouba a cognição e as capacidades mentais na infância. A pesquisa evidenciou que com quase 1.000 estudantes, mesmo com o aparelho desligado, quanto mais próximo o celular, menor é o desempenho escolar do indivíduo e quanto maior a dependência, pior é o aproveitamento em relação aos estudos.
Mas como a família deve proceder nesses casos? Em primeiro lugar, ao observar o comportamento da criança, é importante que os responsáveis procurem imediatamente a ajuda e avaliação do pediatra e também de um psicólogo, para que possam desenvolver uma abordagem integrada para conseguir amenizar o quadro de dependência gerada pela nomofobia.
E sim, é possível reverter esse cenário. Destaquei 6 dicas práticas sobre o tema:
-O diálogo é a primeira chave para que a criança entenda o diagnóstico da nomofobia. É importante mostrar que essa relação intensa com os aparelhos tecnológicos não é saudável e pode gerar consequências negativas para a saúde.
-É importante que os adultos desliguem também as suas notificações e não somente das crianças. O exemplo é essencial!
-Em conjunto com seu filho, excluam aplicativos nocivos, como aqueles que solicitam monetização para uso. Isso pode gerar um vício em jogos e causar má educação financeira.
-Nada de celular no quarto! Faça desse ambiente o seu templo do sono. O filtro de luz azul dos aparelhos é extremamente prejudicial para o organismo. Há evidências que relacionam com dores de cabeça e musculares.
-Imponha limites para ligar, desligar e não utilizar os aparelhos durante as refeições e as lições de casa.
-Estimule a prática de atividade física e brincadeiras ao ar livre. Isso ajudará principalmente na saúde mental e física da criança.