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Daniela Alvarenga

Por Daniela Alvarenga, médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Vamos falar sobre menopausa?

Além de alterações físicas e emocionais, há uma queixa comum entre as mulheres que estão vivendo esse período: ainda há muita desinformação em torno do tema

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Atualizado em 18 abr 2025, 13h31 - Publicado em 18 abr 2025, 13h16
Quanto mais informação, maiores são as chances de viver a menopausa de forma mais leve e saudável
A troca de experiências entre mulheres é muito importante: quanto mais informação sobre o tema, melhor (Ermedia Studio/Reprodução)
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Ondas de calor (fogachos), insônia, fadiga, ganho de peso, alterações de humor, dificuldade de concentração, lapsos de memória… Embora alguns sejam muito frequentes, os sintomas da menopausa e a intensidade deles variam de mulher para mulher.  Mas, para além das alterações físicas e emocionais, há uma queixa comum entre as que estão vivendo esse período de transição hormonal: ainda há muita desinformação e tabus em torno do tema.

Como disse a jornalista Sandra Annenberg, numa entrevista, não se fala no assunto porque “ninguém quer falar sobre envelhecimento”. Não é fácil envelhecer, não é gostoso, é sofrido”. 

Foi inspirada na chegada da menopausa que a apresentadora Fernanda Lima criou o podcast Zen Vergonha. A primeira temporada foi toda focada no tema. Em depoimento à revista Vogue, no ano passado, ela contou que estava com 45 anos quando começaram os primeiros sintomas do climatério. E levou um susto. “Tive muitos receios, fiquei chateada, me senti sozinha e bastante desinformada sobre o assunto, então vi que precisava correr atrás para entender o que estava acontecendo e como eu iria lidar”.

A ex-primeira dama dos Estados Unidos Michelle Obama também já fez críticas sobre a falta de informação em relação à menopausa. “Não se fala muito sobre menopausa. Estou passando por isso, e sei que todas as minhas amigas estão passando por isso. E a informação é escassa”, disse, em entrevista à People, em 2022.

Concordo com elas. Precisamos falar mais sobre esse período da vida de toda mulher. Quanto mais informação, maiores são as chances de vivê-lo de forma mais leve e saudável.

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Nem todas as mulheres podem fazer reposição hormonal. E só o seu médico, numa avaliação criteriosa de seu histórico (pessoal e familiar) e de exames específicos, pode saber se ela é recomendada para você. Mas, independentemente disso, alguns cuidados são muito importantes para amenizar os desconfortos dessa fase. Dois deles são básicos e inadiáveis a essa altura da vida: fazer exercícios físicos regularmente e manter uma alimentação saudável.

E sabia que algumas mudanças na pele também têm a ver com a menopausa? 

A pele fica mais ressecada, perde o viço e a elasticidade. Suplementos como colágeno hidrolisado, vitamina E, ômega-3 e isoflavonas podem ajudar. Nessa fase, o foco do skincare é, principalmente, na hidratação, na regeneração e renovação celular. A tecnologia também é uma importante aliada. Bioestimuladores de colágeno e biorevitalizadores devem ser feitos com mais frequência.

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Outra consequência da menopausa é que o metabolismo fica mais lento, o que leva a uma maior facilidade para ganhar peso e à perda de massa muscular. Também por isso, uma alimentação balanceada, aliada a exercícios físicos, é fundamental. A musculação é muito indicada nessa fase. A suplementação de creatina também, já que ela serve como um combustível para os músculos esqueléticos, pode promover o crescimento muscular e ajudar no ganho de massa magra, quando combinada com o exercício. Outra aliada é a melatonina, para quem sofre com insônia e dificuldade para dormir.

Mas, lembre-se: toda suplementação e o uso de qualquer produto só podem ser feitos com orientação médica.

Uma alimentação rica em antioxidantes, como frutas, verduras e oleaginosas, também é muito importante para aliviar os sintomas da menopausa e ajudar a promover o bem-estar físico e emocional. É recomendado aumentar o consumo de alimentos ricos em fitoestrogênios (como sementes de linhaça, soja, sementes de gergelim, húmus e amêndoas); vitamina C (kiwi, morango, laranja, mamão e goiaba); vitamina E (amendoim, castanha do Pará, nozes, frutos do mar, abacate e azeite de oliva) e vitamina D (salmão, atum, sardinha, gema de ovo, leite e derivados, como queijos, iogurtes e manteiga).  As fibras também são muito importantes para para regular o trânsito intestinal, entre outros benefícios. Elas podem ser encontradas em frutas como pêra, mamão, abacaxi e goiaba, legumes, cereais em geral, arroz integral, grão de bico, semente de chia, semente de linhaça e feijão.

Para concluir, voltando ao início deste artigo, além de buscar ajuda médica – o que é fundamental -, converse com suas amigas que estão passando ou já passaram pela menopausa. O acolhimento e a troca de experiências ajudam a aliviar a sensação de solidão, a ampliar os horizontes e a descobrir que, com todas as dificuldades, essa pode ser uma fase bonita, de crescimento, descobertas e transformação.

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