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Daniela Alvarenga

Por Daniela Alvarenga, médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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A importância da presença de Natália, e seu vitiligo, no BBB 22

Doença autoimune não tem cura e atinge cerca de 1 milhão de brasileiros

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Atualizado em 20 jan 2022, 16h06 - Publicado em 20 jan 2022, 15h58
Natalia BBB
 (TV Globo/Reprodução)
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Muitas as celebridades sofreram de vitiligo em segredo. Michael Jackson e Luiza Brunet são alguns dos famosos  portadores da doença autoimune que só revelaram muitos anos depois. Há um par de décadas atrás o tabu era tão forte que muitos preferiam não falar sobre o assunto, disfarçavam com maquiagem e faziam o que podiam para não exibir suas manchas brancas. ou mesmo clarear o restante da área não afetada. Mas, que bom!, o mundo vem mudando bastante em relação à quebra de padrões de beleza, e a presença de Natália Deodato no Big Brother Brasil 22 será um avanço para falarmos sobre o assunto e rompermos cada vez mais com o preconceito e a falta de informação.

Os fatores emocionais têm grande influência no tratamento de vitiligo, que é de longo prazo. Por isso é fundamental uma abordagem multidisciplinar com acompanhamento psicológico, até pelo impacto na autoestima, principalmente nos primeiros anos de diagnóstico. A BBB Natália foi diagnosticada ainda na infância, por volta dos 10 anos. No passado, ela tinha vergonha de seu corpo e escondia as manchinhas com roupa e maquiagem. Com o tempo e as conquistas de sua geração, que vem rompendo padrões e construindo a cultura da aceitação, ela entendeu que as pessoas precisam respeitá-la e admirá-la do jeito que ela é.

A presença de mulheres como Natália e a modelo inglesa Winnie Harlow, portadora de vitiligo que está sempre nas principais campanhas e passarelas internacionais de moda, contribui muito para rompermos barreiras e preconceitos. Winnie Harlow, com toda sua autoconfiança, percebeu que seu vitiligo era um diferencial – sua beleza é única! É linda, assim como Natalia!

No Brasil, a doença atinge mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Considerada uma das enfermidades de maior impacto emocional da dermatologia, o vitiligo é uma doença dermatológica crônica, caracterizada pela despigmentação da pele, onde o organismo ataca os melanócitos (células produtoras de melanina), com causa não totalmente esclarecida. Não é contagioso e é benigno.

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Sabe-se que ele está associado a várias doenças autoimunes, tem origem multifatorial e pode acometer homens e mulheres igualmente, em todas as faixas etárias e etnias. A boa notícia é que existem tratamentos eficazes que podem conter sua evolução e ainda trazer de volta a coloração da pele por meio do estímulo do crescimento das células que têm essa função. A resposta ao tratamento é individual. 

Não há um padrão único de extensão. Em alguns casos, as manchas brancas são pontuais, em outros são em grande quantidade, espalhando-se por todo o corpo, principalmente nas extremidades. Existem, então, a classificação de seis tipos de vitiligo, caracterizados pelo comportamento destas áreas despigmentadas. O Segmentar tem manchas só de uma parte do corpo. O Focal, manchas pequenas em uma área específica. O Mucosal, em áreas como lábios e região genital. O Acrofacial tem presença de manchas nos dedos, genitais e perto da boca e olhos. O Comum apresenta áreas brancas no tórax, abdome, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas e demais áreas acrofaciais. E o Universal, que parece ter sido o caso de Michael Jackson, tem manchas espalhadas por todo o corpo.

Sem causa específica, o vitiligo pode ser desencadeado por gatilhos emocionais, como estresse ou trauma. Também pode ser genético ou estar associado a outras doenças autoimunes.  Não existe cura, como em muitas doenças autoimunes, mas tem tratamento com objetivo de controle das manchas para que não evoluam. Entre os recursos estão o uso de ferramentas para estimular a pigmentação, como fototerapia, laser, medicamentos tópicos, medicamentos sistêmicos, técnicas cirúrgicas de transplante de melanócito entre outros. É interessante que o paciente tenha acesso a um tratamento multidisciplinar.

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Quanto mais precoce o tratamento, melhores os resultados. O paciente precisa aprender a conviver com doença. A inclusão de mulheres como Natália em programas de grande audiência como o BBB contribui muito para a autoestima destes 1 milhão de brasileiros portadores de vitiligo.

 

 

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