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Por Daniel Sampaio: advogado, ativista do patrimônio, embaixador do turismo carioca e fundador do Instagram @RioAntigo
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Queremos!: Um papo com Marisa Monte antes da apresentação no festival

Prestes a retornar aos palcos cariocas, a cantora traz sua turnê "Portas" para o Queremos! Festival

Por Daniel Sampaio Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 abr 2023, 21h41 - Publicado em 14 abr 2023, 17h03

Marisa Monte está de volta aos palcos cariocas neste fim de semana, levando sua turnê “Portas” (que já esteve no Jockey em outubro do ano passado) para o “Queremos!” Festival, que acontece no sábado (15), na Marina da Glória.

Este colunista teve a oportunidade de entrevistar essa estrela da nossa música, que falou sobre a volta aos palcos após a pandemia, sobre o conceito artístico de sua turnê “Portas”, sobre seu papel como artista, além de refletir sobre o resgate das nossas tradições musicais e também sobre o patrimônio cultural carioca.

Decorrida uma década desde sua última turnê, e após o triste e complicado momento de pandemia, qual é a emoção de estar de volta aos palcos e em contato com o público aqui e no exterior? O que mudou?

Nos últimos anos fiz vários projetos colaborativos. Fiz o projeto Samba Noise no BAM em Nova York, uma turnê nacional com Paulinho da Viola, um álbum inédito e uma turnê internacional e um disco ao vivo com os Tribalistas. Eu sabia que era hora de voltar a mim, à minha expressão solo, mas a pandemia adiou os planos e tornou a expectativa e a vontade de estar na estrada ainda maior. Muito bom viajar e reencontrar amigos, fãs, parceiros e meu público.

O diretor de arte Batman Zavareze projetou imagens de Lucia Koch durante o espetáculo dentro de uma caixa cênica arquitetada por Cláudio Torres, criando interessantes efeitos visuais e preenchendo toda a dimensão do palco. A estética visual do show parece refletir bem a leveza e a irreverência do álbum “Portas”. Confere?

O show é um meio audiovisual onde a gente pode lançar mão de recursos visuais para potencializar a comunicação e o sentido das canções. A série “Fundos” da Lúcia Koch serviu como inspiração para a criação do palco e a direção de arte. A intenção era criar um diálogo entre o mundo interior e o mundo exterior numa alusão ao isolamento, a solidão com um escape através do sonho e do imaginário.

Para além das dificuldades trazidas pela pandemia, vivemos tempos difíceis no Brasil e no mundo, de agravamento das desigualdades, degradação ambiental, de muitos conflitos e muita polarização política e cultural. Em sua opinião, como a música — e a arte como um todo — pode contribuir para este momento tão sui generis da humanidade?

Muito. Em momentos de dificuldade e desesperança a arte e a imaginação nos dão suporte para suportar o insuportável.

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Já passamos por ditaduras em nosso país…momentos em que a liberdade de expressão foi cerceada, com censura, prisões, exílios, tortura e até morte de jornalistas e artistas. Você acha que o posicionamento político é parte do que representa ser um artista?

Um artista antes de tudo é um cidadão como outro qualquer, mas tem uma responsabilidade extra por ter a sua voz amplificada. Política para mim vai muito além da partidária, tem a ver também com relações, diálogo e postura no mundo.

Você é uma artista que resgata as tradições da nossa música, já tendo cantado composições de Pixinguinha e Noel Rosa e produzido o importante documentário “Mistério do Samba” (2008). Como portelense e carioca, qual é a importância desse resgate das raízes da nossa música e das memórias de seus compositores?

Acho que conhecer o que foi feito antes ajuda a entender o que a gente é. Somos fruto de um processo histórico e de todos que vieram antes de nós. Gosto de fazer arqueologia e pesquisa musical, descobrir grandes pérolas do passado.

Eu estou à frente do Instagram @RioAntigo e tenho uma enorme alegria em tê-la como nossa seguidora. As construções antigas do Rio encontram-se numa situação complicada, de muita decadência, abandono e demolições. Qual patrimônio histórico da nossa cidade você mais gostaria de ver passando por um restauro?

Vários daqueles sobrados lindos do centro da cidade.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para te perguntar: quais são os seus lugares favoritos do Rio Antigo?

Glória e Santa Teresa.

Quer assistir ao show da Marisa?

Queremos! Festival

A quarta edição do evento reúne artistas dos mais diferentes estilos, que se revezam em dois palcos: da diva Marisa Monte, presença rara em festivais, à baiana Rachel Reis e ao carioca Zé Ibarra, novas sensações da nossa música. Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem, apresenta o show ao lado da dupla Antônio Carlos e Jocafi. Liniker, os rappers Rico Dalasam e Flora Matos, e MC Poze do Rodo, que transita entre o trap e o funk, são mais atrações nacionais. Os britânicos Cymande e Yazmin Lacey são as internacionais.

Marina da Glória. Avenida Infante Dom Henrique, s/nº. Sáb. (15), 14h. R$ 250,00 a R$ 500,00. Ingressos pelo Eventim.

*Daniel Sampaio é advogado, memorialista e ativista do patrimônio. Fundou o Instagram @RioAntigo e é presidente do Instituto Rio Antigo.

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