Por que proposta do Papa Francisco pode alterar o calendário do Carnaval
Ideia do pontífice é fixar a data da Páscoa, o que impactaria na folia; prefeito Eduardo Paes diz não ter avaliado o tema

Uma declaração do Papa Francisco no último sábado (25) pode transformar a dinâmica da maior festa popular do Brasil e um dos principais patrimônios culturais do Rio de Janeiro.
A terça-feira de Carnaval é tradicionalmente atrelada ao calendário litúrgico da Igreja Católica, vindo exatamente 47 dias antes do domingo de Páscoa.
Na tradição católica, a Páscoa acontece no primeiro domingo após a lua cheia que segue o equinócio de primavera no hemisfério Norte, o que faz com que a data varie entre 22 de março e 25 de abril. Por consequência, o Carnaval também tem sua data alterada anualmente, podendo ser celebrado entre 4 de fevereiro e 9 de março.
No entanto, o papa afirmou que a Igreja Católica está aberta à ideia de fixar uma data para a Páscoa. “A Igreja Católica está disposta a aceitar a data que for consenso, uma data de união”, declarou Francisco.
O prefeito Eduardo Paes, questionado sobre a proposta de Francisco, disse ainda não ter refletido sobre o impacto dessa possível mudança.
Hoje, a Páscoa é celebrada em datas diferentes pelas igrejas católica e ortodoxa, já que as duas correntes seguem calendários distintos. Enquanto a Igreja Católica adota o calendário gregoriano, os ortodoxos utilizam o calendário juliano, como explicou o UOL nesta terça (28).
Caso as igrejas entrem em consenso e a Páscoa seja fixada, o Carnaval e outras datas móveis do calendário litúrgico também passariam a ter datas definidas, o que traria impactos tanto para o planejamento cultural quanto para a economia das cidades que vivem da festa.