Em Israel, prefeito de Macaé vive momentos de tensão e relata ataques
Welberth Rezende (Cidadania) fala sobre apreensão na região e reforça caráter técnico da viagem, que inclui estudos em segurança pública

Welberth Rezende (Cidadania) é prefeito de Macaé, atualmente em seu segundo mandato. Já atuou como vereador por dois mandatos e também como deputado estadual. Reeleito com 85% dos votos, relata sua rotina em Israel em meio à escalada de tensões na região.
Qual foi o motivo da sua viagem a Israel?
Estou aqui a convite da Embaixada de Israel no Brasil, em uma missão oficial voltada ao conhecimento de tecnologias aplicadas à gestão pública. O objetivo é estudar sistemas de monitoramento, cidades inteligentes, mobilidade urbana, drenagem, sustentabilidade e outros modelos inovadores que possam ser adaptados à realidade de Macaé.
Como tem sido a sua rotina nessas últimas horas, diante da escalada de tensões com os ataques do Irã?
Tem sido um momento de muita insegurança. Vivemos uma tensão grande. Hoje mesmo gravamos mísseis passando por cima de onde estamos.
Como está estruturada a missão brasileira?
Viemos em uma comitiva com prefeitos de 25 cidades brasileiras, entre eles os de Belo Horizonte, João Pessoa e Nova Friburgo. Nosso foco é buscar conhecimento técnico, especialmente em segurança pública, e aplicá-lo em nossos municípios.
Essa missão tem cunho político ou ideológico?
Essa viagem não tem relação política ou ideológica, como alguns têm sugerido nas redes sociais. É uma missão técnica.
O que aconteceu durante os ataques?
Ontem, por volta das 3h da manhã, tudo mudou. O primeiro alerta tocou no celular e, logo depois, as sirenes começaram a soar por todo o país. Israel havia iniciado um ataque ao Irã e, pouco tempo depois, veio a retaliação. Às 3h40, cerca de 100 drones explosivos foram lançados em direção a Israel. O sistema de defesa local conseguiu interceptar a maioria.
Qual é a situação atual?
Desde então, já fomos seis ou sete vezes para o bunker. Quando o sistema detecta um míssil, somos imediatamente avisados. Às 21h, houve outro ataque: mais de 100 mísseis foram lançados. O sistema Rafael interceptou muitos, mas alguns caíram em solo israelense, inclusive bem perto de onde estamos. Gravamos um deles passando por cima da nossa cabeça.
Onde o senhor está hospedado atualmente?
Estamos na cidade de Kfar Saba, abrigados no bunker da universidade Bet Berl College, junto com delegações da Argentina, Uruguai, Paraguai, Panamá, Colômbia e outras cidades brasileiras. O espaço aéreo está fechado e, por enquanto, não temos previsão de retorno. Como a guerra ocorre principalmente pelo ar, seguimos em estado de alerta.
O senhor tem alguma mensagem para a população de Macaé?
Quero tranquilizar a população e deixar claro que estou bem. Reforço que minha vinda a Israel foi pautada exclusivamente pelo interesse em buscar soluções e conhecimento que possam melhorar a vida da nossa gente. Estou aqui como gestor público. O foco é trazer ideias aplicáveis à realidade de Macaé, especialmente em segurança pública.