Mulheres pretas guiam a União de Maricá rumo ao Carnaval 2026
Protagonismo feminino é o impulso da agremiação que leva assinatura do carnavalesco Leandro Vieira
No mês da Consciência Negra, a União de Maricá reafirma o que já pulsa em seu cotidiano: a força das mulheres pretas que moldam, com beleza e resistência, cada capítulo da escola. Inspirada no enredo Berenguedéns e Balangandãns, desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, a agremiação levará à Sapucaí a história da joalheria preta do Brasil; uma estética ancestral que, traduzida em adorno, também é fé, memória e afirmação.
A narrativa parte dos balangandãs, amuletos que atravessaram séculos como símbolos de proteção e identidade, e encontra em duas figuras do período colonial (Dona Fulô e Marcelina da Silva) a base para reconstruir a trajetória de mulheres que desafiaram a ordem escravocrata por meio da ornamentação. No desfile, suas histórias funcionam como eixo para exaltar a contribuição feminina na construção da cultura afro-brasileira. No entanto, o protagonismo não está apenas no enredo. No dia a dia da União de Maricá, uma escola majoritariamente preta e marcada pela presença de mulheres em funções de liderança e destaque: a porta-bandeira Giovanna Justo, a rainha de bateria Rayane Dumont, a coordenadora das passistas Kellyn Rosa, a diretora da quadra Nathy Santos, além das musas Aninha Estrela e Thai Rodrigues, entre tantas outras que sustentam a engrenagem da Maricá.
“Ser uma mulher preta e representar a União de Maricá é uma honra e uma responsabilidade”, diz. “A Consciência Negra é todo dia, mas este mês nos faz olhar para trás, reconhecer quem abriu os caminhos e lembrar que ainda precisamos avançar.”, comenta a primeira porta-bandeira, Giovanna Justo.
Para celebrar o Dia da Consciência Negra, a escola promove neste sábado (22), a partir das 13h, uma edição especial da Feijoada da Maricá. A entrada será solidária, mediante doação de 1 kg de alimento não perecível. Além do elenco da escola, o evento terá roda de samba com o Terreiro de Crioulo e o show O povo canta Rei, de Bruno Salles.
Luto — morre o campeão de voo livre Phil Haegler: “Ele era nosso herói”
A Geração sanduíche — e o recheio que somos nós a viver aos solavancos
O que abre e o que fecha no feriadão da Consciência Negra no Rio
Praça do Choro, em Laranjeiras, é pichada após fim de semana de festejos
‘Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma’ estreia a terceira temporada





