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Bruno Chateaubriand

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Fogos de artifício na Barra representam descaso ambiental, afirma biólogo 

Shopping da região vai soltar rojões todo sábado de novembro, incomodando diversas espécies silvestres que moram ali ao lado 

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Atualizado em 10 nov 2024, 15h16 - Publicado em 9 nov 2024, 19h18
BarraShopping apresenta sua árvore de Natal com show de fogos. (Moradores Península/Divulgação)
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Fogos de artifício. Quem não ama ver aquelas explosões que representam festividades? O réveillon da cidade, por exemplo, movimenta milhões de pessoas em torno de uma queima de fogos. Somos ligados à adrenalina gerada por explosões antes de jogos esportivos, festivais de música, abertura de espetáculos de samba. Quando criança, meus olhos brilhavam com o colorido no céu, com as mensagens de alegria que estavam subentendidas na narrativa de pirotecnia. Da janela da minha casa, festejei muitas viradas de ano, tendo nos fogos, o ápice.

Nesse sábado (09) o BarraShopping apresentou sua nova árvore de Natal, com 75 metros, assinatura de Abel Gomes e temática de Floresta Encantada. São 250.000 lâmpadas de LED, 1600 estrobos e mais de 250.000 metros de cordões de fitas metaloides. No entanto, o encanto da festividade segue exatamente o fluxo contrário do que se busca em um ambiente sustentável. Na apresentação do monumento natalino, fogos com barulho “enfeitaram” os céus e em todos os sábados de novembro, sempre às 19h, uma ação similar esta programada para acontecer. Segundo o biólogo Mário Moscateli, o impacto desses fogos barulhentos podem gerar prejuízos sem precedentes para o sistema lagunar da região. A árvore do famoso centro comercial fica a poucos metros de lagoas repletas de bichos, que sofrem com estrondos gerados por fogos. “Imagina soltar um rojão perto de um ser vivo dormindo?”, questiona o estudioso, que salienta para a existência de um projeto para tornar as lagoas da região em um centro de ecoturismo nos próximos sete anos. “Essa ação é um dissenso ambiental. Precisamos mudar nossos hábitos. A permanência de festividades como essa representam uma narrativa sociopata, com enorme sofrimento da fauna da região. Pássaros caem dos ninhos, animais morrem aos montes, isso sem falar no dano às pessoas no Transtorno do Espectro Autista”, afirmou – de forma contundente – Moscatelli.

Gestora de um dos maiores hotéis da região, gerente geral do Grand Hyatt, Alexandra Bueno, afirma que o bairro precisa encontrar um novo formato de diversão que respeite a natureza.  “As Lagoas tremem com o barulho de fogos”, disse quando foi questionada se iria aderir ao projeto de explosões de fogos de artifício na virada do ano. “A Barra precisa ter um show de drones. É moderno e respeita o ecossistema de uma região repleta de bichinhos”. A adrenalina gerada por fogos de artificio emociona a muitos, principalmente àqueles que pertencem a um tempo em que não existia esse tipo de conhecimento. Cuidados com nosso planeta, para quem tem consciência, deveria ser a única opção. Uma floresta sem bichos, montada em torno de uma árvore artificial, é tudo, menos encantada.

Procurada pela coluna, a comunicação do BarraShopping se manifestou da seguinte forma: “O espetáculo de fogos que foi realizado seguiu todas as recomendações e legalizações exigidas pelos órgãos competentes”.

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