Sambas do Carnaval 2024 ganham álbum audiovisual na Cidade das Artes
Agremiações gravam seus sambas em sala de orquestra, com equipe formada por quarenta pessoas e produção musical de Alceu Maia
As finais de samba acontecem a pleno vapor em toda cidade. Onze das doze agremiações do grupo especial já escolheram seus hinos para o Carnaval 2024. A próxima e última do cronograma será a Unidos da Tijuca, que escolhe seu samba oficial no próximo no sábado (21). Com essa dinâmica importante dentro da cronologia do espetáculo se encerrando, um novo processo se inicia. Chegou o momento da gravação dos sambas oficiais das escolas de samba do Rio de Janeiro. Esse momento já foi realizado em estúdio, na Cidade do Samba ou no Teatro de Lona. Ao longo dos anos, muitas fórmulas foram pensadas. Laíla, antigo diretor de harmonia da Beija-Flor, foi um entusiasta na captação do som de alta qualidade.
Esse ano, um processo com amplo aparato tecnológico foi elaborado pela Liesa. Pela segunda vez na história foi registrada uma gravação ao vivo na passarela do samba. Em 1998, o produtor Zacarias Siqueira iniciou esse caminho e deixou seu legado. O som de surdos, tamborins e a voz de puxadores foi captado em um álbum especial – Ao Vivo Sapucaí 2023, que está disponibilizado nas principais plataformas de vendas.
E para 2024? Depois da experiência do último ano, um novo método está sendo implementado. Com ampla captação audiovisual, as escolas estão gravando na Cidade das Artes com arranjos melódicos individualizados. “A ideia é trazer a emoção do samba. A magia do sambista está na força do coletivo, que é muito forte em nosso meio. O poder do todo é maior que a soma das partes”, diz Hélio Motta, Presidente da Edimusa, gravadora oficial da Liesa.
Quarenta profissionais de áudio, luz, vídeo e elétrica coordenam sambistas em um cenário de alta qualidade. O palco das gravações é a sala de ensaios de orquestras, no terceiro andar, da Cidade das artes. Cada agremiação leva em média cinquenta componentes, com integrantes da bateria, ala dos compositores e puxadores. Uma verdadeira festa em cada rodada de samba. “A gravação está com uma qualidade altíssima. A individualidade nos arranjos melódicos está sendo respeitada. Não será um álbum uniforme. Temos a supervisão musical e entregamos a mesma qualidade técnica para todas as escolas”, diz o produtor musical Alceu Maia.
Detalhes dos sambistas estão sendo captados por sete câmeras e gruas espalhadas pela sala. A rodada do visual está sendo amplamente pensada esse ano. Os componentes das escolas são recebidos em camarins, com direito a uma preparadora de elenco de teatro antes de casa apresentação. São oito dias de gravação, seis horas por dia. Já gravaram no início dessa semana Vila Isabel, Grande Rio, Porta da Pedra e Paraíso do Tuiuti e Salgueiro. “Será uma edição com muito Axé”, finaliza Hélio Motta.