Casos de HIV e tuberculose seguem altos e preocupam saúde no Rio
Dados do EpiRio mostram queda desde 2012, mas regiões como Bangu e Madureira seguem com índices críticos de notificações

Os dados do EpiRio, plataforma de acompanhamento epidemiológico da prefeitura, revelam um retrato duplo da saúde pública no Rio: apesar da queda no número de notificações de doenças transmissíveis desde 2012, a cidade ainda enfrenta bolsões de incidência preocupantes em regiões específicas.
No caso do HIV, a série histórica mostra um recuo em relação ao início da década passada (foram 2.436 novos casos em 2012 contra 1.554 em 2025). A tendência, porém, não é homogênea. Regiões como Madureira e a área Central concentram parte expressiva das notificações, sinalizando a necessidade de políticas focalizadas.
A tuberculose mantém-se como um dos principais desafios. Se em 2012 foram 7.347 casos, este ano já são 5.902 registros. A queda é evidente, mas o número ainda coloca a cidade em alerta. O bairro de Bangu desponta como o epicentro da doença, com 1.187 notificações, fortemente influenciado pela realidade do sistema prisional.
“Os presídios explicam a alta concentração em Bangu”, afirma o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz. Ele lembra que qualquer cidadão pode acompanhar a situação em tempo real pelos Painéis Epidemiológicos (doenças transmissíveis crônicas, disponíveis no site do EpiRio).
A ferramenta, ao mesmo tempo em que aponta avanços, também evidencia que a batalha contra HIV e tuberculose ainda está longe de ser vencida, sobretudo nas regiões mais vulneráveis da capital.