Nome por trás dos sucessos do teatro universitário The Book of Mormon (peça mais vista no Rio em 2014, com 45 000 espectadores) e O Jovem Frankenstein (2015), o versionista Alexandre Amorim, carioca da Tijuca, 49 anos, doutor em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), agora dá um passo mais ousado: deixa por um tempo a tradução do inglês para o português, e está criando versos próprios na adaptação de O Mambembe, a partir do texto original escrito no início do século passado por Artur de Azevedo. “Adaptar um texto em português é fazer o público compreender as referências da época com um ritmo mais moderno. E as músicas são todas novas, então é um trabalho de compositor que tem um tema a ser respeitado”, adianta ele.
Como das outras vezes, Amorim integra a trupe comandada pelo professor Rubens Lima Júnior, que ministra a disciplina Teatro Musicado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio). O espetáculo tem previsão de estreia em abril, em sessões gratuitas. Não só as letras das canções são de Amorim (todas elas parcerias com o diretor musical Guilherme Menezes e o músico Gabriel Gravina), mas também o texto final, pouco mais de duas horas de encenação. “Dói ter de cortar algumas cenas. Dá uma sensação de desrespeito com o autor. Mas eu prefiro achar que o Artur me perdoaria”, diverte-se Amorim. Em tempo: o projeto tem patrocínio da Fundação Cesgranrio, do professor Carlos Alberto Serpa, o mesmo que apoiou as peças The Book of Mormon e o O Jovem Frankenstein.