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André Carvalhal

Por André Carvalhal, escritor, consultor e especialista em design e sustentabilidade Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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As lições que aprendi com a pandemia

Estes foram alguns dos ensinamentos que tive nos primeiros meses do confinamento - e continuo treinando

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Atualizado em 13 jul 2020, 13h11 - Publicado em 13 jul 2020, 13h10
Coronavírus: média móvel de mortes em alta
Coronavírus: média móvel de mortes se mantém estável (Glen Carrie/Unsplash/Reprodução)
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Já são mais de 70 000 mortos em quatro meses de pandemia no Brasil. Num primeiro momento parecia algo improvável, distante, e hoje somos um dos países mais afetados – e com mais dificuldade em lidar com a situação

Longe de mim querer romantizar ou criar regras, mas aqui estão algumas lições que aprendi ao longo deste tempo, e que tento relembrar todos os dias. 

NÃO EXISTE “TODO MUNDO”

Tendemos a querer impor regras generalistas e criar pacotes de pessoas como se todos fossem iguais.

Um dos primeiros comandos era “fique em casa”, até que começamos a perceber que as diferentes realidades impediam que a recomendação fosse aplicada por todos.

No início, parecia que o vírus era democrático, depois começamos a entender que – como muitas coisas em nossa sociedade – ele prejudicaria pessoas que sempre foram mais prejudicadas e invisibilizadas.

 

SER NORMAL NÃO É LEGAL

Com muita dificuldade de viver no presente, temos visto por todos os lados previsões para o futuro.

Depois de tanto falarem sobre o surgimento de um “novo normal”, eu me lembrei que o “antigo normal”, e muitas coisas que eram banalizadas antes da pandemia, não era legais.

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Refletimos muito pouco no nosso cotidiano antes de reproduzir hábitos, modelos, formatos… como se tudo o que existisse em grande escala fosse o certo (e o bom) a ser seguido.

 

NÃO EXISTEM CERTEZAS

No início, a máscara só era recomendada aos profissionais de saúde e às pessoas contaminadas.

Depois, a máscara virou regra geral com aplicação de multa. Esse é um dos indícios de que a gente não sabe de sabe, tudo é impermanente, tudo está em processo, assim como na nossa vida.

Apesar de tanta gente querer prever o futuro, é preciso dizer “eu não sei” e encarar a necessidade de controle sobre tudo.

 

A MINHA SAÚDE É A SAÚDE DO PLANETA

Mais do que nunca vimos o quanto tudo está conectado. Nosso estilo de vida e nossos hábitos de consumo são responsáveis pela saúde do planeta – e a nossa saúde.

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Tudo o que estamos passando é resultado da forma como vivemos até aqui e os impactos que provocamos.

 

É DIFÍCIL PRATICAR A EMPATIA

Se posicionar em redes sociais é fácil. Fazer homenagens, compartilhar frases e memes. Mas quantos estão dispostos a mudar suas vidas para ajudar o outro?

Quantos estão dispostos a privar suas vidas em prol daqueles que sempre tiveram suas vidas privadas?!

 

PROCESSOS SÃO INDIVIDUAIS

Mais do que um transformador, que vai mudar a vida “de todos”, a pandemia é um acelerador de processos individuais que já estavam em curso.

Não tem como esperar que todos reajam da mesma forma e/ou se comportem, aprendam e pratiquem o mesmo. Cada um é um (indivíduo) e vai viver o seu processo.

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NÃO EXISTE SALVADOR

A nossa vida continua acontecendo, mesmo com tantas adversidades. Não podemos “pausar” e esperar para voltar a viver quando a vacina chegar, quando “tudo passar”.

E não podemos contar que alguém, alguma instituição ou milagre nos salve. Precisamos entender como passar por tudo isso da melhor forma – a mais respeitosa conosco, com o outro e com o planeta.

 

O FUTURO NÃO EXISTE

Falamos, desejamos e prevemos muito o futuro e muitas vezes nos esquecemos do presente. Nós vamos ter e ser o futuro que criarmos hoje.

E se não voltarmos nossos pensamentos e ações para o presente não tem futuro…

E você, já parou para pensar no que aprendeu?!

André Carvalhal é consultor e especialista em design e sustentabilidade. Autor dos best-sellers “A Moda Imita a Vida: Como Construir uma Marca de Moda”, e “Moda com Propósito: Manifesto Pela Grande Virada”, além do finalista do prêmio Jabuti 2019 “Viva o fim: Almanaque de um novo mundo”. 

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