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Aline Salcedo

Por Aline Salcedo, jornalista e maratonista que corre atrás de boas histórias Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Histórico: Parque Olímpico revive legado da Rio 2016 com prova de corrida

Na 1ª edição da Corrida Time Brasil, COB reúne 3.500 pessoas, incluindo atletas olímpicos e amadores para dar início ao ciclo rumo a Los Angeles 2028

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Atualizado em 8 jun 2025, 18h33 - Publicado em 8 jun 2025, 18h05
A atleta olímpica do rugby Tatiele Carvalho celebra a vitória na prova de 10km
A atleta olímpica do rugby Tatiele Carvalho celebra a vitória na prova de 10km (Grazie Batista/COB/Divulgação)
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Pela primeira vez desde a Rio 2016, vi o Parque Olímpico voltar a ganhar vida. Foi emocionante. Amo esporte e amo as Olimpíadas. Estive em Londres 2012 como repórter e na Rio como torcedora apaixonada. Mas, desta vez, não fui apenas para cobrir ou aplaudir: fui para correr os 10km da Corrida Time Brasil.

Em um movimento inédito, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), promoveu uma corrida de rua para celebrar os 111 anos da instituição. Foram 3.5oo pessoas inscritas para os 3 km (caminhada), 5 km e 10 km dentro do Parque Olímpico. E o mais marcante: cerca de 50 atletas olímpicos de diferentes gerações se misturaram aos pelotões, transformando o domingo em uma grande festa. 

Os corredores amadores e atletas olímpicos pela primeira vez correndo no Parque Olímpico
Corredores amadores e atletas olímpicos juntos pela primeira vez na Corrida Time Brasil, no Parque Olímpico (COB/Divulgação)
O mascote Ginga cruzando a linha de chegada
O mascote Ginga cruzando a linha de chegada (COB/Divulgação)

Durante o percurso, passando por pontos icônicos como o Velódromo, o Parque Aquático Maria Lenk, o Centro de Ginástica e a Arena Carioca, estavam atletas olímpicos como Jade Barbosa e Luisa Parente, da ginástica artística, Giovane Gávio, do vôlei, Emanuel Rego, do vôlei de praia, e tantos outros, incentivando e entregando água nos pontos de hidratação. Todos suando e se divertindo juntos.

O evento já está confirmado para acontecer anualmente no Rio até os Jogos de Los Angeles 2028. E a medalha de hoje foi a primeira de uma série de quatro que, quando combinadas, formarão a chama da tocha olímpica. Ou seja: quem quiser a chama completa, tem que correr todas as provas. Já quero!

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O Brasil corre e inspira

“A Corrida Time Brasil é mais do que uma corrida. Queremos colocar mais pessoas em movimento, ajudar a combater o sedentarismo e incentivar a prática esportiva entre os brasileiros”, me disse Marco La Porta, presidente do COB. Aliás, o próprio dirigente colocou em prática seu discurso e correu os 5km com uniforme e número de peito. “Se queremos ser uma nação esportiva, temos que dar o exemplo. O esporte é para todos”.

Marco La Porta, Presidente do COB
Marco La Porta, Presidente do COB (COB/Divulgação)

“Se queremos ser uma nação esportiva, temos que dar o exemplo. O esporte é para todos”.

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“A presença dos atletas olímpicos torna tudo ainda mais especial. Você resgata o ídolo, cria conexão, aproxima o público do esporte — isso é espírito olímpico. E é também um passo importante para construir uma nação esportiva”, completou La Porta.

 

Atleta recebe incentivo de Jade Barbosa no percurso
Corredor recebe incentivo de Jade Barbosa no percurso (COB/Divulgação)

 

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Histórias de exemplo

Na véspera, quem entregava os kits quando cheguei era Fabiana Murer, uma das maiores atletas do salto com vara brasileiro, com participações em três Jogos Olímpicos e recordes nacionais no currículo. No domingo, ela voltou ao Parque esbanjando a mesma simpatia. Hoje, ela atua como fisioterapeuta especializada em mecânica da corrida e prevenção de lesões, e celebrou ver o atletismo ganhando espaço.

“Depois da pandemia, as pessoas passaram a dar ainda mais valor ao estar ao ar livre, se cuidar. E o COB chegou muito bem com essa iniciativa, abrindo as portas do Parque Olímpico para uma prova” disse Fabiana, enquanto era cercada por fãs pedindo selfies. “O atletismo mudou minha vida — e agora uso esse conhecimento para ajudar outras pessoas a correrem melhor, com saúde e consciência. Estar aqui, nesse lugar tão simbólico, é emocionante. O esporte voltou com força para o Parque Olímpico”, completou.

Pedro Arieta recebe o troféu pela vitória nos 5km de Emanuel Rêgo, do vôlei de praia
Pedro Arieta recebe o troféu pela vitória nos 5km de Emanuel Rêgo, do vôlei de praia (COB/Divulgação)

Entre os destaques da prova, não passou despercebido o talento de Pedro Arieta. Recentemente, na Maratona de Boston, o atleta fez história ao abandonar a busca pela meta pessoal de sub-2h40 para ajudar um competidor caído, em um gesto que viralizou e reforçou o seu espírito esportivo. Neste domingo, Pedro foi campeão geral nos 5 km, e mais uma vez serviu de exemplo de humildade. “Nunca imaginei participar de um momento tão especial”.

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Na linha de chegada, quem também foi cercado por fãs foi o treinador Pedro Paulo, mais conhecido como PP. Figura emblemática da corrida de rua na Zona Norte do Rio, ele transforma o asfalto da cidade em palco de motivação, superação e alegria com todo o seu carisma que pude conferir de perto. 

“Hoje peguei água das mãos da Jade Barbosa! Quando que a gente imagina isso? Foi a corrida mais maneira que já fui”.

Pedro Paulo, o treinador PP
O treinador PP, figura carismática da corrida de rua na Zona Norte, com Jade Barbosa, Arthur Nory, Pedro Arieta e Murilo Machado
O treinador PP, figura carismática da corrida de rua na Zona Norte, com Jade Barbosa, Arthur Nory, Pedro Arieta e Murilo Machado (Alexandre Loureiro/COB/Divulgação)

 

A chama segue acesa

Além de estar no calendário fixo do Parque Olímpico até 2028, a Corrida Time Brasil vai correr do Rio para todo o país. O plano do COB é expandir o evento, levando o espírito olímpico para mais brasileiros. “A ideia é capilarizar o projeto, com uma prova em cada região do país. Queremos tornar o esporte cada vez mais acessível, democrático e presente na vida das pessoas,” adiantou La Porta.

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Minha filha, Alice, com as atletas olímpicas Rosângela Santos (atletismo), Luisa Parente (ginástica artística) e Fabiana Murer (atletismo, salto com vara)
Minha filha, Alice, com as atletas Rosângela Santos (atletismo), Luisa Parente (ginástica artística) e Fabiana Murer (atletismo) (Roberto Wertman/Arquivo pessoal)

Acredito que o futuro esportivo carioca promete. E, quem sabe, começa aqui em casa. Na retirada dos kits, minha filha Alice entrou no clima: fez fotos com atletas olímpicos, brincou com o mascote Ginga, correu os 50 metros da ativação infantil e cravou um pace de 4:10! Tem futuro a filha de maratonista? Quem sabe. Meu sonho é que um dia a gente faça juntas uma prova completa, só por diversão. Algumas, ela já fechou comigo, correndo para o abraço na linha de chegada, e isso já vale medalha de ouro no espírito olímpico!

 

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