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Aline Salcedo

Por Aline Salcedo, jornalista e maratonista que corre atrás de boas histórias Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Corre e posta: bastidores de um treino com a influenciadora Manu Cit

Durante um treino na Barra da Tijuca, a influencer triatleta conta como transforma a rotina de treinos em conteúdo sem perder o bom humor (nem o fôlego)

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Atualizado em 21 Maio 2025, 18h58 - Publicado em 21 Maio 2025, 18h57
Manu Cit treina na orla da Barra da TIjuca
Manu Cit treina na orla da Barra da TIjuca (Assessoria de Imprensa/Divulgação)
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Nem todo mundo que corre quer pódio. E nem toda influenciadora busca só biscoito (ok, talvez um gel de carboidrato). Mas como é, na real, a rotina de quem transforma treino em conteúdo — e ainda encaixa até 14 sessões de corrida, ciclismo e natação por semana sem perder o bom humor (nem o fôlego)?

Conversei com a Manu Cit, embaixadora da Fila, durante um treino da marca na orla da Barra da Tijuca. Descobrimos que ambas estivemos na Maratona de Berlim no ano passado e treinamos com assessorias esportivas “vizinhas” na Lagoa. Por pouco, não nos esbarramos antes! 

No treino, deu pra comprovar: ela corre de verdade, posta de verdade — e fala com ainda mais verdade sobre o que vive na pista e no feed: lesões, escolhas de tênis, perrengues e até oração (sim, ela corre rezando).E ela ainda respondeu, com leveza, à pergunta que muita gente pensa, mas nem sempre tem coragem de fazer: afinal, “você corre mesmo… ou só posta?”

Você corre mesmo ou só gera conteúdo?

Quando comecei a correr, eu já era influenciadora. Então fui implementando a corrida como um novo hábito, aos poucos, sem abandonar o que já fazia. Primeiro, corria só duas vezes por semana, bem leve, por prazer mesmo. Aí fui encaixando mais treinos conforme dava conta. Hoje, treino em média 13, 14 vezes por semana — às vezes até três treinos num dia.

Sol, suor e stories: mais um treino na orla que rende conteúdo e endorfina
Sol, suor e stories: mais um treino na orla que rende conteúdo e endorfina (Assessoria de Imprensa/Divulgação)

Como você consegue conciliar tantos treinos com a produção de conteúdo?

Organizando a agenda e, principalmente, abrindo mão do que não faz mais sentido. Isso exige coragem, porque às vezes a gente é apegada. Mas o foco vai mudando. Hoje, trabalho com equipe — no Instagram eu posso ter ajuda, mas no treino… é comigo mesma!

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Sobre os treinos: e quando o corpo ou a mente não colaboram?

Tem dias que não entrego o melhor treino e tudo bem. Sou mulher, tenho ciclos hormonais, dias ótimos e dias difíceis. Faz parte. O importante é respeitar o momento e seguir.

Tênis de corrida: o que você busca e como escolhe?

Sou muito suscetível a lesões. Já tive fratura por estresse na canela depois de uma maratona. Então o tênis precisa ser confortável e versátil. Hoje uso o Fila Racer Speedzone porque é responsivo, confortável e tem excelente durabilidade. Uso para treino curto, fartlek, meia maratona, tudo. 

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Manu Cit no alongamento pré-treino
Manu Cit no alongamento pré-treino (Assessoria de Imprensa/Divulgação)

Qual o maior erro que um iniciante pode cometer?

Pular etapas. Começar querendo correr todo dia, usar tênis de placa… Isso é um erro comum e perigoso. No início, meu volume era altíssimo e sem orientação. Acabei me lesionando com um tênis que nem era de corrida. Depois que busquei assessoria, tudo mudou. Corro com a MCP Performance, no Rio. 

Tem algum ritual de prova ou pós-treino?

Tenho sim. Na véspera de prova, janto massa seca — sem gordura nem fibra. Frango seco também. Tomo melatonina, magnésio e durmo cedo. Acordo pelo menos 2h antes, tomo café preto, e começo o ritual: palatinose meia hora antes, gel vinte minutos antes e mais um cinco minutos antes da largada. Funciona pra mim. Depois da prova é pão com ovo. Simples e possível em qualquer lugar do mundo. E iogurte com granola e whey.

O que representa a corrida na sua vida hoje?

Liberdade. É meu espaço de conexão comigo mesma e com Deus. Corro orando e repetindo versículos — sempre os mesmos: Josué 1:9 e Filipenses 4:13. Entro num estado meditativo. Passei a maratona (de Berlim) toda orando. Quando vi, já estava no km 36!

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Já passou algum perrengue na corrida?

Sim. Na meia das Cataratas tive síndrome do trato iliotibial, saí de ambulância. E foi um grande aprendizado: parar também é coragem. Muita gente não entende isso — acha que é fraqueza. Mas saber respeitar o limite é maturidade.

Tem algum recado para quem acha que você só corre pra gerar conteúdo?

Eu poderia estar falando de maquiagem, de moda… mas falo de corrida porque amo. É muito real. Só gera conteúdo de verdade quem vive isso de verdade. O resultado não mente. Só quem treina aparece. E só quem ama, permanece.

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