Além dos 21K: Desafio da Ponte une Rio e Niterói e impulsiona Pan de 2031
Com hidratação sustentável e organização impecável, a corrida voltou após 12 anos e conquistou geral - quem correu e quem ficou só vendo (e se arrependeu)

O Desafio da Ponte voltou. E eu estava lá correndo e ouvindo todos dizendo “tomara que tenha de novo no ano que vem”. Depois de 12 anos sem ser realizada, a tradicional Meia Maratona que conecta Niterói ao Rio de Janeiro pela maior ponte do hemisfério sul retornou neste domingo como uma verdadeira celebração entre as duas cidades, unidas pelo amor ao esporte e pensando no futuro.
Foram cerca de 5 mil corredores na largada no Caminho Niemeyer. Vimos o sol nascer atrás das montanhas cariocas, aquela paisagem que só o Rio sabe oferecer. Já dizia o clichê que a melhor vista de Niterói sempre foi o Rio. E isso nunca fez tanto sentido. A cada passada, o cenário à nossa frente era um presente.
Lembrei da minha entrevista com a corredora veterana Vanessa Protasio, campeã da corrida em 1982. Ela me disse que, no alto da ponte, a sensação era de estar mergulhando no Rio de Janeiro. Hoje eu entendi o que ela estava dizendo.
Mas o Desafio da Ponte não foi só beleza. Foi competência. Desde a entrega do kit ao transporte gratuito nas barcas, passando pela largada pontual, sinalização eficiente, operação fluida e um bom astral do início ao fim. Uma aula de organização.
E ainda teve uma medalha que nos surpreendeu. Que medalha! Gigante, dourada, daqueles de guardar com orgulho. Com um mimo extra: um chaveiro em miniatura da medalha, dado a quem devolvesse três sachês de água vazios.

Os sachês, aliás, foram um capítulo à parte. Nada de copinhos plásticos na travessia da ponte. Em uma ação simples e eficaz pela sustentabilidade, a hidratação dos corredores foi feita exclusivamente em sachês biodegradáveis de 200 ml.
“A adoção dos sachês trouxe uma inovação importante para a logística e para o compromisso ambiental do Desafio da Ponte”, explica Pedro Pereira, head de produto da Dream Factory, que organiza a prova promovida pela Spiridon. “Eles ocupam menos espaço, reduzem o uso de gelo e diminuem significativamente o volume de resíduos. Além disso, montamos barreiras físicas, lixeiras extras e até equipes de coleta náutica para evitar qualquer impacto de um possível lixo na Baía de Guanabara. Foi uma operação pensada para minimizar impactos do início ao fim”, explica Pedro.

A ação deu certo. Era bonito ver todo mundo correndo, se hidratando e guardando o próprio lixo. Um pacto silencioso e coletivo por um evento mais limpo. E que ainda criou vínculo: como a moeda de troca para a réplica fofa da medalha era o próprio sachê usado, a sustentabilidade transformou a consciência ambiental em lembrança afetiva.
“A gente provou que é possível unir emoção, sustentabilidade e organização num só evento. É o tipo de entrega que inspira e eleva o padrão do esporte nacional”.
Pedro Pereira, head de produto da Dream Factory
O maior objetivo do Desafio da Ponte não foi apenas chegar ao Rio. Mas se tornar mais uma evidência de que o Rio e Niterói, juntos, conseguem entregar uma prova de padrão internacional. Com cooperação entre os municípios, cuidado com o atleta e operação precisa, a corrida se tornou uma vitrine real da candidatura de Niterói aos Jogos Pan-Americanos de 2031.
“A conexão entre Rio e Niterói é, sem dúvida, a alma do Desafio da Ponte. A prova é um retrato fiel dessa união: dois municípios trabalhando juntos, corredores atravessando um dos principais cartões-postais do país e milhares de pessoas se conectando em torno do esporte”, destaca Pedro.
“O Desafio da Ponte se torna uma vitrine natural para a candidatura de Niterói aos Jogos Pan-Americanos de 2031. Mais do que um trunfo, o evento é uma declaração prática de que Niterói está pronta para desafios ainda maiores”.
Pedro Pereira, head de produto da Dream Factory
Rio e Niterói aguardam decisão sobre Pan de 2031 em reta final de campanha
Bom lembrar que o Desafio ganhou um toque de exclusividade nesta edição. A organização limitou o número de participantes e estabeleceu tempo de corte para garantir uma experiência mais fluida e segura. “Tudo foi pensado para tornar a corrida mais confortável e memorável. Com menos atletas, cada um pôde viver esse momento com total foco na experiência”, reforça Pedro.
Não poderia concordar mais. No meu caso, essa experiência veio como parte de um longo treino para a próxima maratona. Corri 11km antes da largada em Niteroi e fechei os 32km com a minha terceira melhor Meia Maratona em tempo. Mas a melhor e mais desafiadora e inesquecível Meia da minha vida, sem dúvida.
Quem não foi… bem, perdeu. Mas estamos juntos na torcida para que a prova entre no calendário fixo das duas cidades.