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Aline Salcedo

Por Aline Salcedo, jornalista e maratonista que corre atrás de boas histórias Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

A nova onda das corridas-boutique: por que correr no Rio é diferente

Com quase 200 provas previstas para 2025, a cidade aposta em eventos personalizados e cheios de bossa para impulsionar o turismo e a economia

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23 Maio 2025, 18h28
Live! Run XP Rio irá reunir 4 mil corredores em corridas de 5km e 10km pela Avenida Atlântica, em Copacabana, no domingo (25)
Live! Run XP Rio irá reunir 4 mil corredores em corridas de 5km e 10km pela Avenida Atlântica, em Copacabana, no domingo (25) (Ginza Studio/LIVE! RUN XP/Divulgação)
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No Rio, corrida de rua não é só sobre cruzar a linha de chegada — é sobre aproveitar o caminho com vista para cartões-postais, muita bossa e um pouco de mimo. No próximo domingo (25), mais de 4 mil corredores vão ocupar a orla de Copacabana para mais uma etapa carioca da Live! Run XP. Eu estarei entre eles, sem grandes ambições atléticas: vou encarar a prova como um treino de luxo. Com percursos leves de 5km, 10km e corrida infantil, a prova é isso, um convite à leveza. Tem até DJ, além das ativações de marca, camiseta estilosa e uma arena para socializar no pós. A ideia aqui não é baixar tempo, é aproveitar o percurso e sair com uma medalha bonita no peito.

Essa proposta de corrida-boutique — que terá ainda mais duas edições no estado, incluindo uma em Búzios — é apenas uma das provas que mostram como o Rio tem se tornado terreno fértil para uma nova geração de eventos esportivos: personalizados, bem produzidos e que movimentam a economia criativa e o turismo esportivo. “Mais de 25% dos inscritos não são do estado do Rio, o que mostra o potencial do evento como motivador do turismo”, destaca Bruno Lustre, gestor do circuito. “Nesse tipo de evento, o protagonista é o corredor”, completa.

Segundo Bruno, esses eventos não são mais apenas sobre “fechar ruas e colocar pessoas para correr”. Eles envolvem múltiplos setores da economia local: fornecedores, agências de publicidade, artistas e pequenos negócios. Na arena do evento, mais de 10 parceiros ativam com agências locais. Além disso, há um impacto direto nos setores de hotelaria e gastronomia: corredores e seus acompanhantes costumam se hospedar por mais de um dia, frequentar bares e restaurantes locais, ampliando o consumo e gerando receita para estabelecimentos da região. Muitos chegam a organizar viagens em grupos, o que aumenta ainda mais essa movimentação.

Na mesma linha, está a icônica Corrida Pink Granado, prevista para o segundo semestre. Realizada na Lagoa, com percurso de 7,5km e foco na experiência sensorial, a prova aposta em identidade visual assinada por artistas, brindes personalizados e clima de celebração. “Queremos oferecer uma experiência quase como um lounge a céu aberto. Não é uma corrida para recordes. É para quem quer se divertir, se cuidar e pertencer”, explica Higo Lopes, gerente de marketing da marca.

Corrida Pink Granado, na Lagoa
Corrida Pink Granado, na Lagoa (Assessoria de Imprensa/Divulgação)
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Com esse perfil, a cidade atrai cada vez mais marcas. Estreante no Rio em 2025, a New Balance 15K — marcada para outubro no Aterro — também aposta nesse formato. Além do percurso pelas paisagens icônicas da cidade, o evento entrega um kit caprichado com meia, camiseta e medalha exclusiva, e espera reunir cerca de 6 mil corredores. “A Cidade Maravilhosa respira corrida de rua. Temos como meta levar a corrida ao maior número possível de praticantes e estar no Rio de Janeiro vem ao encontro deste objetivo”, explica Leandro Moraes, diretor de marca da New Balance.

Para participar de provas como essas, é preciso desembolsar entre R$ 130 e R$ 255, dependendo do lote e do tipo de kit escolhido.

A tendência vem ao encontro da estratégia da Secretaria Municipal de Esportes, que tem apostado na corrida de rua como parte da identidade esportiva da cidade. “Hoje, o Rio comporta mais de uma prova por dia no fim de semana. O mercado está crescendo de forma sustentada, e o papel do poder público é criar condições para isso”, afirma o secretário Guilherme Schleder. “Temos 350 eventos esportivos previstos para este ano, sendo quase 200 de corrida de rua. Não há limites para o calendário: queremos que mais produtores escolham o Rio”.

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Outras provas reforçam esse movimento e trazem novos contornos para a experiência de correr no Rio. O tradicional Circuito das Estações aposta em quatro etapas ao longo do ano — uma para cada estação. Já a lúdica Corrida Mulher-Maravilha, voltada ao público feminino, transforma o Aterro em uma verdadeira celebração pop, com medalhas temáticas, camisetas inspiradas na personagem e total clima de festa. A Barbie Run também foi sucesso em sua primeira edição carioca no ano passado — eu fui e encaixei 5km no meio de um longão, que se tornou muito melhor na onda rosa.

Porque no fim das contas, bom mesmo é correr para se divertir.

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