O grupo Fasano abre em Angra seu segundo hotel no Estado do Rio
Com diárias que ultrapassam 5000 reais, resort investe em atendimento personalizado para os hóspedes
Sobre a mesa da suíte, um doce de frutas típicas da região dá as boas-vindas junto de um amável bilhete assinado a mão. No banheiro, um par de chinelos personalizados, no número exato calçado pelo hóspede. O controle remoto da TV e outras traquitanas ficam estrategicamente acomodados na mesa de cabeceira do lado em que o ocupante está acostumado a dormir. A filosofia é simples: detalhes — muitos nem sequer percebidos pela maioria das pessoas — que fazem os frequentadores dos hotéis do grupo Fasano se sentir especiais. É exatamente esse tipo de requinte que se encontra nas unidades elegantes do Rio e de São Paulo, mas também, desde o início do mês, em um complexo recém-inaugurado em Angra dos Reis, na Costa Verde, dentro do prestigioso condomínio FRAD.E. “A proposta é trazer uma qualidade em hospedagem poucas vezes antes vista em resorts no Brasil”, ambiciona Constantino Bittencourt, sócio-diretor da rede à frente da operação.
De fato, o novo hotel do grupo paulistano não tem nenhum traço dos gigantescos complexos hoteleiros inaugurados na costa brasileira nos últimos vinte anos. Para proporcionar experiências únicas e poder dedicar atenção total a cada hóspede, o Fasano investiu em uma construção compacta: o empreendimento tem sessenta apartamentos, todos com vista para o mar, que estarão em funcionamento integral até o Carnaval. Os valores de hospedagem chegam a 5 460 reais e incluem serviços de ponta, como um tratamento relaxante dentro de um inédito tanque de flutuação com água do Mar Morto no spa, de 2 000 metros quadrados (veja outros detalhes abaixo). O espaço ainda conta com cinco piscinas abertas, quatro restaurantes e um boulevard com 23 estabelecimentos, que vão de loja de equipamentos náuticos à primeira padaria do grupo, chamada Panetteria Fasano.
Oferecer mimos antes mesmo que o hóspede sinta essa necessidade é uma forte tendência no setor de turismo e hotelaria. “O hóspede classe A sai de casa querendo um atendimento ainda melhor do que aquele com o qual já está acostumado. Ele não quer mais o que todo hotel oferece. Especialmente o brasileiro, que adora ser paparicado”, explica Claudio Diniz, CEO da Maison du Luxe e autor do livro O Mercado do Luxo no Brasil. Tal estratégia é uma reação ao modelo de hospedagem de sites como o Airbnb, no qual pessoas alugam imóveis para curtas temporadas (dados da empresa revelam que, somente no último réveillon, mais de 150 000 hóspedes fizeram uso do serviço no Brasil). Para isso, os hotéis procuram saber o máximo possível sobre gostos, hábitos e peculiaridades de seus clientes antes mesmo de recebê-los “Aprendemos que não devemos mais perguntar ao hóspede o que ele quer, mas sim nos antecipar às suas necessidades. É um serviço quase invisível, usado para evitar problemas em vez de ter de consertá-los”, revela Gabrielle Espíndola, gerente-geral da unidade de Angra e que antes atuou na filial do hotel do Rio.
A inauguração do Fasano pé na areia reforça a vocação da Costa Verde para o turismo de luxo. O jogador Neymar e o apresentador Luciano Huck são apenas dois nomes conhecidos com propriedades por lá. Com uma nova proposta, o resort chique de sotaque italiano chacoalha um mercado até então dominado por gigantes como Vila Galé Eco Resort, Club Med e Portobello Resort & Safári. “Mesmo com a enorme crise do estado, o Rio é um lugar onde o grupo quer investir e, com isso, contribuir para uma retomada da economia”, diz Bittencourt. De preferência, com elegância, bom gosto e discrição. ß