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André Andrade Pereira pratica ioga com moradores de rua

A iniciativa foi batizada de Projeto Voar — Yoga de Rua e atende em três pontos da cidade: Aterro do Flamengo, Praça Paris e Parque Guinle

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 4 fev 2017, 07h00 - Publicado em 4 fev 2017, 07h00

Há onze anos, André Andrade Pereira, conhecido como Ahlaad, entrou para um grupo que servia café da manhã a moradores de rua. Algum tempo depois, imaginou que seria interessante compartilhar com eles os conhecimentos que tem de ioga. Resolveu fazer uma experiência em novembro de 2015, e ela funcionou. A iniciativa foi batizada de Projeto Voar — Yoga de Rua e hoje atende em três pontos da cidade: Aterro do Flamengo, Praça Paris e Parque Guinle. “Normalmente, damos aulas a turmas de quinze a vinte pessoas, durante três dias da semana. No total, devemos ter trinta alunos. Mas nem todos aparecem no mesmo dia”, conta. Apesar de alguns praticantes não serem frequentadores assíduos, os resultados são bem animadores. “No início do encontro, fazemos meditação; depois, a ioga em si. E eles gostam muito. Já ouvi até um aluno dizendo que é um oásis no meio do deserto”, diz Pereira. “É um raro momento de paz para quem vive a relação de desconfiança e agressividade das ruas.” Para o criador do Projeto Voar, a união das duas práticas milenares tem impacto sobre o estado mental dos participantes. “O que desejo é que eles encontrem um terreno seguro dentro de si mesmos para tocar a vida. Todo mundo precisa de paz para sair da estagnação, olhar para si mesmo e construir algo”, afirma.

“Todo mundo precisa de paz para sair da estagnação, olhar para si mesmo e construir algo”

O projeto não traz proveito apenas para os moradores de rua. O próprio Pereira se define como um dos beneficiados pela prática com seus alunos. “Tem gente que vai à Índia lavar banheiro para entrar em contato com a simplicidade e a humildade. Ali, eu me sinto como se estivesse no caminho dos mestres, porque a ioga é doação, é contato humano e não julgamento. Eles são companheiros, e a gente vai praticando e evoluindo junto”, diz o instrutor, que conta com a ajuda de mais cinco pessoas. “O projeto foi andando e o pessoal foi aparecendo. Hoje, são mais três professores de ioga e duas voluntárias na cozinha, porque, ao fim de cada encontro, servimos um almoço vegano”, detalha o professor, que mantém as atividades do grupo com pequenas doações, realizadas pelo site https://www.doare.org/br.

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