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Ziraldo será homenageado com estátua no Rio, confirma Eduardo Paes

Desejo foi expresso por uma das filhas do artista mineiro durante o velório dele; Fabrizia Pinto gostaria que imagem do pai ficasse ao lado da de Drummond

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
8 abr 2024, 11h23

Ziraldo, morto aos 91 anos no último sábado (6), será eternizado em uma escultura no Rio, onde o multiartista mineiro morou por mais de trinta anos. No velório do artista, no domingo (7), o prefeito Eduardo Paes afirmou que atenderá o pedido feito pela família do escritor e cartunista.

No evento fúnebre, uma de suas filhas, a cineasta Fabrizia Pinto, havia manifestado querer muito que o pai fosse homenageado com uma estátua ao lado da de Carlos Drummond de Andrade, também mineiro, em Copacabana. “Eles se amavam muito e eram muito amigos”, disse, em lágrimas.

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Paes garantiu que Ziraldo terá “todas as homenagens possíveis”. “Ele tinha uma carioquice muito especial. Ele é de uma geração de mineiros que vem para o Rio mostrar todo o seu talento e se espalha para todo Brasil. Vê o Menino Maluquinho, ele tinha um quê de carioquinha”, disse o prefeito.

Filho mais novo do artista, o compositor Antônio Pinto explicou que a família possui um acervo vasto, com mais de 1 000 desenhos feitos por seu pai e, quer fazer um centro cultural, para que os trabalhos fiquem expostos permanentemente.

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Ziraldo faleceu em casa, enquanto dormia, conforme informações da família. O velório do cartunista foi na manhã de domingo (7), no MAM, no Parque do Flamengo, e o enterro aconteceu à tarde, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Ele vivia longe dos holofontes desde que, a partir de 2018, teve três AVCs.

Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 24 de outubro de 1932, Ziraldo Alves Pinto recebeu esse nome da combinação dos nomes de sua mãe, Zizinha, e o de seu pai, Geraldo. Era o mais velho de sete irmãos. Foi um dos maiores cartunistas, ilustradores e escritores infantis do país, tendo lançado livros marcantes, como O Menino Maluquinho e Flicts, entre muitos outros.

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Em 1939, com apenas 6 anos, viu seu primeiro desenho ser publicado, no jornal Folha de Minas. Na adolescência, mudou-se com o avô para o Rio, onde viveu por dois anos. Retornou a Minas para terminar o curso científico (atual ensino médio).

Em 1954, passou a colaborar na Folha da Manhã (hoje, Folha de S. Paulo), com uma coluna de humor. Em 1957, se formou em Direito. Mas, àquela altura, sua carreira já estava voltada para o humor e o desenho. Em 1958, casou-se com Vilma Gontijo, com quem teve três filhos: Fabrizia, Antônio e a cineasta Daniela Thomas, a mais velha deles.

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Foi pioneiro ao lançar a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, a primeira HQ a cores totalmente produzida no Brasil, Turma do Pererê, em 1960. Além disso, também era jornalista, chargista, bacharel em Direito, cronista, pintor e dramaturgo.

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No período da ditadura militar brasileira, foi um dos fundadores do jornal O Pasquim, importante publicação de oposição à ditadura militar, um dos motivos que o levaram a ser preso um dia após a promulgação do AI-5, em 1968. Ele seria encarcerado em duas outras situações naquela época, uma delas junto a toda a equipe do jornal, em 1969.

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Também em 1969, foi contemplado com o principal prêmio do 32º Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas, considerado o “Oscar do humor”, depois de ter trabalhos publicados em revistas na Europa e Estados Unidos. Seu primeiro livro infantil, Flicts, foi publicado naquele ano.

Em 1980, lançou o livro O Menino Maluquinho, seu maior sucesso editorial, que se tornou um fenômeno: vendeu mais de 4 milhões de exemplares e teve adaptações para o teatro, cinema, TV e até ópera. Foram mais de cem livros publicados como autor, colaborador e/ou ilustrador.

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Atualmente, está em cartaz no CCBB Rio a exposição Mundo Zira — Ziraldo Interativo, que estreou em março. Na mostra, que pode ser visitada até 13 de maio, o público interage com personagens das obras mais famosas do artista, como Flicts e A Turma do Pererê.

Ziraldo ficou casado com Vilma até a morte dela, em 2000, por infarto. Desde 2002, estava casado com a produtora Márcia Martins da Silva.

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Segundo Daniela Thomas, ele teve falência múltipla dos órgãos, mas a causa oficial da morte ainda será confirmada. “Ele simplesmente parou de respirar”, disse ela ao site Splash, do UOL. Ela contou que há seis anos ele vivia acamado, disse ao Fantástico que ele teve diversos problemas de saúde e que se despediu “mil vezes” do pai.

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