Continua após publicidade

Zilda Barreto criou uma cooperativa de reciclagem no Complexo do Alemão

A catadora também é educadora ambiental e orienta a população sobre o descarte correto de resíduos

Por Thaís Meinicke
Atualizado em 5 dez 2016, 11h35 - Publicado em 25 dez 2015, 00h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Nascida no pequeno município de Vitória de Santo Antão, no interior de Pernambuco, Zilda Barreto veio para o Rio ainda menina, repetindo o movimento de tantas famílias que saem do Nordeste em busca de uma vida melhor. Logo que chegou, instalou-se com os pais no Complexo do Alemão, onde, futuramente, viria a se tornar uma espécie de líder comunitária, com três mandatos à frente da associação de moradores. Hoje, ela comanda uma cooperativa de catadores de lixo e ainda dá lições de educação ambiental aos residentes do local. A iniciativa surgiu em um momento de enorme sufoco de sua vida. Após enfrentar uma gravidez de risco e dar à luz o terceiro filho, Zilda encontrou dificuldade para conseguir emprego. Para piorar, o marido estava gravemente debilitado por uma doença. Sem dinheiro até para comprar comida, ela viu a salvação em uma ideia do caçula, na época com 5 anos. “Chovia muito, a casa estava ficando toda inundada, e comecei a chorar. Então, meu filho lembrou-se de algo que tinha visto na TV e disse que iríamos reciclar e a nossa vida melhoraria”, lembra. Apesar da vergonha de catar lixo na frente dos vizinhos, Zilda seguiu o conselho do pequeno e acabou fazendo da profissão de catadora o seu ganha-pão. 

    “É muito gratificante ver que uma ideia pode mudar não só a minha vida, mas a de toda a comunidade”

    O que começou como uma iniciativa isolada cresceu e virou o meio de vida de outras 25 famílias da comunidade, por meio da Cooperativa de Catadores do Complexo do Alemão (Coopcal). O número só não é maior por falta de capacidade do espaço que o grupo utiliza, desde 2000, para preparar o material que será vendido para reciclagem. São recolhidas cerca de 60 000 toneladas por mês, e o dinheiro arrecadado é dividido entre todos os catadores. Ao longo dos anos, Zilda se profissionalizou por meio de uma série de cursos e hoje é também educadora ambiental. Ela realiza ações para orientar a população sobre a forma correta de descartar o lixo — trabalho que ela garante ter mudado a rotina no Alemão. “É muito gratificante ver que uma ideia que surgiu no desespero pode mudar não só a minha vida, mas a de toda a comunidade. Vejo com orgulho que outras pessoas também resolveram fazer esse trabalho, apesar do preconceito que ainda existe com a atividade de catador.” 

    + Hildon Carrapito promove mutirões de limpeza na orla do Rio

    + Manfred Bert criou hortas comunitárias em bairros da Zona Sul

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Domine o fato. Confie na fonte.
    10 grandes marcas em uma única assinatura digital
    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de R$ 39,90/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.