Washington Reis diz que Rodrigo Bacellar o exonerou “para aparecer”

Secretário de Transportes do RJ é demitido pelo governador em exercício em meio a disputa política e troca de acusações

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 4 jul 2025, 13h01 - Publicado em 4 jul 2025, 12h57
Washington Reis
Washington Reis: secretário estadual de Transportes foi demitido pelo governador em exercício, Rodrigo Bacellar (MDB/Reprodução)
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O secretário estadual de Transportes, Washington Reis, foi exonerado nesta quinta-feira (3) no primeiro ato oficial do governador em exercício, Rodrigo Bacellar. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial e ocorre em meio a um cenário de atritos políticos entre os dois. Bacellar, que preside a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e é pré-candidato ao governo em 2026, assumiu o comando do estado com a viagem de Cláudio Castro ao exterior.

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Rodrigo Bacellar: governador em exercício alegou insubordinação por parte de Reis (./Divulgação)

 

A saída de Reis acontece após o ex-secretário ter se aproximado publicamente do prefeito Eduardo Paes, possível adversário de Bacellar nas próximas eleições. A manobra de nomear Bacellar como primeiro na linha sucessória foi articulada em maio, com a ida do então vice-governador Thiago Pampolha para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

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Em entrevista ao programa RJ2, Bacellar alegou insubordinação. “Eu não posso ter um secretário que mal fala comigo. Imagine um acidente na SuperVia e eu não consigo falar com o secretário? Não restou alternativa senão excluí-lo do governo”, disse. Ele afirmou ainda que Cláudio Castro não foi consultado: “A decisão foi minha, de minha responsabilidade”.

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Reis rebateu as acusações e afirmou que a exoneração não tem valor legal, por ter sido assinada por um governador em exercício. Disse também ter recebido de Castro a garantia de que permaneceria no cargo. “Ele fez para aparecer. Se botasse uma melancia no pescoço, seria mais plausível”, ironizou. O ex-secretário disse ainda que a demissão foi motivada por ter negado apoio à candidatura de Bacellar ao governo: “Desde o início deixei claro que não o apoiaria. Sempre tive restrições ao nome dele para o cargo”.

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A crise se intensificou nos últimos dias. Na segunda-feira (30), a Alerj aprovou a convocação de Reis para prestar esclarecimentos sobre o aumento das passagens do Metrô no início do ano. O irmão de Washington, o deputado Rosenverg Reis (MDB), criticou a decisão em plenário, o que gerou bate-boca com Bacellar. Na ocasião, Bacellar declarou: “Acabou o tempo de você achar que o seu irmão manda no estado do Rio”.

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Além de Reis, Bacellar exonerou Kennedy de Assis Martins do comando do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Rio de Janeiro (IPEM-RJ).

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Atualmente, Reis é inelegível devido a uma condenação por crime ambiental quando era prefeito de Duque de Caxias. O caso envolve um loteamento irregular na Reserva Biológica do Tinguá. Porém, um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), sugerido pelo ministro Gilmar Mendes e em análise no STF, pode reverter sua situação e abrir caminho para uma candidatura futura.

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Na nota divulgada após a exoneração, Reis destacou feitos à frente da pasta, como a retomada das obras da Estação Gávea do Metrô e a modernização dos bondes de Santa Teresa. E alfinetou: “Minha exoneração se deu unicamente pelo fato de eu não declarar apoio a quem não tem preparo ou capacidade para governar o Estado do Rio de Janeiro”.

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