Voz das Comunidades: da favela para o mundo

Como um grupo de jovens jornalistas cariocas está transformando a comunicação comunitária

Por Abril Branded Content
Atualizado em 6 nov 2017, 11h00 - Publicado em 6 nov 2017, 11h00
Jornal impresso leva notícias a dez comunidades cariocas (Facebook/Reprodução)
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Ideias na cabeça e celulares nas mãos. É como a equipe do jornal Voz das Comunidades vai às ruas de dez comunidades do Rio de Janeiro. Através de grupos de WhatsApp, os doze jovens repórteres conectam os moradores das favelas para manterem as notícias locais sempre atualizadas. “Usamos muito o celular. O tempo todo. É nosso canal de comunicação com a equipe e com os moradores. Eu uso para gravar, fotografar e também fazemos muitas transmissões ao vivo através do Facebook”, explica a chefe de redação Maria Carolina Morganti.

O uso da tecnologia para uma maior conexão com os lugares onde moramos e as pessoas com quem convivemos tem tudo a ver com o #hellocidades, projeto idealizado pela Motorola que incentiva novos olhares sobre algumas das principais cidades brasileiras. O Rio de Janeiro não poderia ficar de fora. Ainda mais com uma população de mais de 2 milhões de pessoas vivendo em favelas.

Foi pensando nesse número cada vez maior que o Voz das Comunidades se consolidou. O projeto começou em 2005, a partir de um jornal de escola no Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio. O fundador, Rene Silva, percebeu que o ambiente escolar era pequeno demais para dar conta de sua vontade de transformar a comunidade através da informação. Hoje, doze anos depois, a equipe tem doze pessoas e a versão impressa é distribuição gratuitamente nas favelas da Kelson, do Boréu, Formiga, Cantagalo, Pavão/Pavãozinho, Cidade de Deus, Fumacê, Vila Kennedy, da Penha, e no Complexo do Alemão.

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Jornal tem notícias feitas pela comunidade, sobre a comunidade e para a comunidade (Facebook/Reprodução)

As melhorias na publicação vão na contramão dos veículos tradicionais de imprensa, dos quais a equipe sempre busca se diferenciar. Até o início de 2017, o jornal impresso saía a cada seis meses. Agora, a circulação é bimestral. Ao invés de prejudicar a leitura do papel, as redes sociais só potencializam o alcance do Voz das Comunidades.

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Maria Carolina conta que o principal objetivo do jornal é prestar serviço de utilidade pública. A comunicação entre os habitantes é feita por meio da internet, de forma coletiva e colaborativa. Cada uma das 10 comunidades em que o Voz atua tem um grupo em que moradores e colaboradores trocam informações. “Esse é o primeiro ano da nossa expansão. É um processo, falta muito ainda para alcançarmos. Se for pensar, só no Complexo do Alemão são 200 mil pessoas. A gente ainda não consegue falar com todo mundo, mas esse é um projeto para a vida”, conta a chefe de redação.

Ela também explica que o jornal faz a ponte entre as comunidades e os órgãos públicos – o veículo serve para cobrar e fiscalizar melhorias e serviços, de acordo com a demanda da população. Esses temas entram na editoria “cidade”, cuja abordagem vai bem além de noticiar violência. “Antes de mais nada, buscamos informar os moradores”, diz Maria Carolina.

O jornal também publica notícias sobre conquistas de moradores das comunidades, como alunos que ganharam bolsa para estudar fora do país ou atletas que participam de competições de prestígio nacional ou internacional. É possível ser voluntário do jornal através do site ou da página no Facebook.

Se você conhece ou faz parte de um movimento parecido no Rio de Janeiro, solte também sua voz e conte para o mundo nas redes sociais com a hashtag #hellocidades. Reconecte-se com o Rio também pelo hub hellomoto.com.br.

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