De volta à velha forma
Imóveis em construção ou restaurados valorizam a Cidade Nova e seu entorno
No início do século passado, o Rio de Janeiro viveu o período do bota-abaixo, marcado pela demolição maciça de sobrados para dar lugar a imóveis imponentes e ruas largas. Cem anos depois, a região central da cidade é alvo novamente de uma ampla revitalização. Enquanto há uma enxurrada de projetos para revigorar a degradada Zona Portuária, a área da Cidade Nova e da Avenida Presidente Vargas já exibe sinais flagrantes de recuperação, com investimentos vultosos. Entre as iniciativas em andamento, destacam-se a construção do Centro Integrado de Comando e Controle, o novo prédio da Cedae, a nova sede do Arquivo Público do Estado e a Biblioteca Pública do Estado, que está fechada há três anos para reformas. Somados os custos, as obras atingirão a cifra de 203 milhões de reais.
Não chega a ser barato, mas o efeito é concreto. Aos poucos, o bairro tem recobrado o valor de outrora. Prova de sua boa saúde é a taxa de vacância próxima de zero, ou seja: são cada vez mais raros os pontos comerciais disponíveis. Em grande parte, tal movimento tem sido estimulado pelas escolhas do governo estadual. Inspirado em modelos similares em Nova York e Madri, o novo Centro Integrado de Comando e Controle, por exemplo, ocupará um prédio de quatro andares na Avenida Benedito Hipólito, logo ao lado do Sambódromo. Trata-se de um QG de operações, reunindo informações de diversos órgãos estaduais e mais de 1?000 funcionários. Poderia ser construído em outras partes da cidade, mas a opção de revitalizar aquela região foi preponderante. Igualmente populosa promete ser a sede da Cedae, programada para começar a funcionar em agosto, na Presidente Vargas. Por seus nove andares vão circular os 2?000 servidores da companhia, hoje em cinco endereços espalhados pelo Rio.
Em efeito dominó, uma obra chama outra e, juntas, elas acabam sendo o estopim de novas melhorias. Enclave entre as regiões central e norte, a Cidade Nova e seus arredores modificam a paisagem. Ficará ali perto, no Estácio, a nova sede do Arquivo Público do Estado, que deve ser aberta até 2013. Além de conservar o acervo, o espaço será rebatizado como Memorial do Estado do Rio de Janeiro e contará com auditório, livraria, cafeteria, sala de exposições e laboratório de restauração. Ainda no setor de memória, a Biblioteca Pública do Estado, na Presidente Vargas, passa por uma reforma para reabrir em 2012 com o formato de centro cultural. Vai ganhar teatro, restaurante e área de recreação. “A modernização desses equipamentos vai induzir o crescimento da área”, aposta o chefe da Casa Civil, Regis Fichtner. Tomara que sim.