Quem é o novo secretário de segurança pública do Rio de Janeiro
Delegado Victor Santos participou de prisões como a de Rogério Andrade e da organização de eventos como a Jornada Mundial da Juventude e a posse de Lula
Após muitas críticas, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, decidiu recriar a Secretaria de Segurança Pública. O novo secretário será o delegado federal aposentado Victor César dos Santos. Ele foi convidado para o cargo por Castro há uma semana. O governador também vai criar uma Corregedoria Unificada para atender a recursos de policiais investigados. Segundo o G1, a nova estrutura da Secretaria de Segurança será mais enxuta e deve ter três subsecretarias: gestão, operacional e de inteligência.
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Com mais de 30 anos de experiência na Polícia Federal e ações contra alguns dos nomes mais conhecidos do crime organizado do Rio, Santos passou a integrar a equipe da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE) em 1999, quando a superintendência desarticulou quadrilhas de traficantes e prendeu criminosos como Marco Antônio da Silva Tavares, o “Marquinho Niterói”, Sandro Mendonça do Nascimento, o “Sandrinho Beira-Mar” (gerente geral de cocaína de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar) e Júlio Cesar Cordeiro Gomes, responsáveis por, segundo a PF, quase 60% do entorpecente e armamento distribuído às favelas e morros do Rio de Janeiro na ocasião. Ficou até 2001, saindo para a Corregedoria da corporação antes de voltar à DRE, em 2005. Lá, participou da prisão do contraventor Rogério Costa de Andrade e Silva e principais integrantes de seu grupo, bem como a apreensão de pen drive contendo toda sua contabilidade pessoal e de corrupção de autoridades no estado, em 2006. Santos também foi coordenador Regional da “Operação Platina”, que prendeu o traficante internacional Alexander Pareja Garcia e mais sete integrantes da sua organização.
Em 2013, na Coordenação Regional de Segurança de Grandes Eventos-RJ, participou da organização da segurança da Jornada Mundial da Juventude e da visita do Papa Francisco à cidade. Mais recentemente, como superintendente regional da PF no Distrito Federal – de outubro de 2021 a fevereiro de 2023 – foi um dos responsáveis pelo planejamento e execução da segurança da posse do presidente Lula, em janeiro de 2023. Também este ano, como superintendente da PF em Brasília – cargo para o qual foi indicado pelo senador Flávio Bolsonaro – sugeriu que os golpistas presos em flagrante por determinação do Supremo Tribunal Federal fossem enviados para prisão domiciliar. Em setembro, o delegado se aposentou.
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O então governador Wilson Witzel extinguiu a Secretaria de Segurança em 2019. Depois disso, foi feita a divisão entre a Secretaria da Polícia Civil e a Secretaria da Polícia Militar e cada chefe de corporação ganhou status de secretário. Cláudio Castro chegou a dizer, recentemente, que a Secretaria de Segurança não fazia falta e que os resultados das duas outras que a substituíam eram melhores.
Em uma conversa de pouco mais de uma hora, Victor Santos apresentou a Cláudio Castro seus planos para a nova secretaria. Uma das ideias é criar ainda uma Corregedoria Geral Unificada para atuar no atendimento de recursos para policiais investigados, numa espécie de segunda instância dos processos administrativos. Segundo o G1, a intenção é unificar e coordenar as ações das polícias Militar e Civil, seja nas áreas operacional, como também, na área de inteligência.
“Estamos recriando a Secretaria de Segurança Pública no nosso estado para fortalecer as ações de segurança das nossas polícias”, escreveu o governador em redes sociais. “Como uma das primeiras ações da pasta, determinei ao novo secretário, Victor César dos Santos, a criação de um plano de segurança que integre ainda mais as nossas forças. Também vamos investir em uma corregedoria unificada para trazer ainda mais rigor às investigações. Reitero meu compromisso máximo com a população, de seguir combatendo a criminalidade que assola não só o Rio de Janeiro, mas também o Brasil”, acrescentou.
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O Rio passa por uma crise na segurança pública desde o assassinato de um grupo de médicos em um quiosque na Barra, em outubro. A partir de 6 de novembro, começou a valer o decreto de garantia da Lei e da Ordem em portos e aeroportos do estado. A operação deve durar até 3 de maio de 2024 e foi autorizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).