Em meio à turnê de Vida da Minha Vida, o cantor e compositor Zeca Pagodinho recebeu um pedido do escritor Aguinaldo Silva, que estava em busca de músicas para a trilha-sonora da sua próxima novela das 21h, Fina Estampa. Arrumou uma brecha na agenda e entrou em estúdio com os amigos Arlindo Cruz e Sombrinha, onde registrou três sambas para o autor escolher. Num dos intervalos da gravação, adiantou para VEJA RIO parte do repertório da apresentação que faz no Citibank Hall, na sexta (17) e no sábado (18), e se deliciou ao falar sobre o neto Noah. A propósito: a única canção própria de seu último disco é uma homenagem ao pequeno de 1 ano e quatro meses, Orgulho do Vô.
Como está a carreira de avô? É a melhor coisa, se eu soubesse não teria sido nem pai, seria logo avô. Ele mora lá em casa, então sou bastante coruja. Você tem que ver o menino com um pandeiro ou um violão na mão. Você não acredita. Ele leva jeito para o samba. Realmente é o orgulho do vovô.
Você costuma resgatar algumas pérolas antigas em seus discos e desta vez escolheu Poxa, do Gilson de Souza, sucesso nos anos 70. Por quê? Gosto de pegar coisas antigas que não são muito badaladas. O Gilson fez sucesso com ela mas depois quase ninguém gravou. Essa fez parte da minha juventude. Escolhi meio por acaso. Estava no carro ouvindo rádio quando tocou esse samba. Não pensei duas vezes e decidi que tinha que estar no disco. Gravei a música exatamente como era. A diferença é que ganhou um arranjo mais rico com cordas, com a gaita maravilhosa do Rildo Hora.
A agência de publicidade que tirou você do comercial da Nova Schin, em 2004, perdeu o processo na segunda instância. Você tem acompanhado o caso? Não sei nada sobre isso. Só sei que continuo tomando minha Brahma feliz da vida.