VEJA Rio Recomenda
A trama, bastante atual, enfoca os conflitos provocados pela internet numa família de classe média alta de Chicago
CINEMA
CONFIAR. Ao contrário de sua estreia atrás das câmeras, na tola comédia romântica Maratona do Amor, o ator David Schwimmer (o Ross do seriado Friends) parte para um intenso drama em seu segundo filme como diretor. A trama, bastante atual, enfoca os conflitos provocados pela internet numa família de classe média alta de Chicago. Em seu aniversário de 14 anos, Annie (Liana Liberato) ganha dos pais (Clive Owen e Catherine Keener) um novo laptop e estreita os laços com um namoradinho virtual. Charlie, o rapaz em questão, diz ter 16 anos, depois 25 e, na sucessão de mentiras, surge à frente de Annie um trintão com más intenções. Embora sugira enveredar para um policial genérico sobre os malefícios dos “brinquedinhos” digitais, o longa vai além ao trazer à tona dois temas instigantes: a prepotência dos adolescentes diante de um amor cego e o despreparo de um pai diante do crescimento de sua filha. De quebra, Liana, estreante no cinema, trava, no desfecho, um comovente duelo emocional com o sempre competente Clive Owen.
TEATRO
COMO É QUE PODE? Aos 10 anos, Gabriel Louchard encasquetou. Queria ser mágico. Transformou a brincadeira de criança em profissão, apresentando-se em festas e eventos corporativos. Para distinguir-se da concorrência, deu um novo passo. Criou o espetáculo que junta stand-up comedy e ilusionismo em cartaz no Teatro dos Grandes Atores, na Barra. A mistura funciona. Entre esquetes como o do teste de paciência a que profissionais do gênero são submetidos em uma festa infantil, ele convoca voluntários na plateia e apresenta truques impressionantes, amparado por modernos equipamentos e efeitos de iluminação. A montagem conta ainda com um breve documentário de mentirinha sobre o artista, que se pretende o maior astro internacional em sua categoria, com depoimentos dos atores Patrícia Pillar, Thiago Lacerda e Bruno Gagliasso. Louchard não caiu de paraquedas no território do riso. No palco, a costura de seus textos, criados em parceria com o roteirista da TV Globo Mauricio Rizzo, ganhou direção de um bamba, o humorista Leandro Hassum, e resultou em um programa bastante original.
EXPOSIÇÃO
PULSO IRANIANO. Há dois anos, milhares de pessoas visitaram a coletiva Iran Inside Out, em Nova York, para conhecer a arte contemporânea feita no país dos aiatolás. Oito dos participantes da mostra americana estão entre os 24 artistas que agora ocupam todos os espaços do Oi Futuro Flamengo. Um deles, Siamak Filizadeh apresenta a fotomontagem Anjo, usada para ilustrar uma capa da revista francesa Art Press sobre os novos criadores iranianos. Shirin Aliabadi, que também expôs nos Estados Unidos, exibe seis obras da série Hybrid Girl, com imagens irreverentes de mulheres com o rosto descoberto, mascando chicletes, chupando pirulito e mordendo um picolé. Em Escute, a videomaker Newsha Tavakolian registra seis cantoras entoando músicas típicas ? nada demais, não fosse essa atividade interditada ao sexo feminino no Irã. Completam o acervo filmes como Estátuas de Teerã, de Bahman Kiarostami, filho do premiado cineasta Abbas Kiarostami. Reunido, o conjunto traz notícias frescas e reveladoras sobre uma cultura fechada.