VEJA Rio recomenda
O show da cantora-revelação Carminho, a apresentação de Stevie Wonder com Gilberto Gil, a exposição de Ananda Nahu e Izolag Armeidah e a peça Esta Criança
SHOWS
Carminho. Dias após nova visita do seu conterrâneo António Zambujo, a cantora portuguesa se apresenta no Rio pela primeira vez. Na segunda (17), mostra ao vivo, na Miranda, o repertório do recém-lançado CD Alma. À frente de três instrumentistas, Carminho empresta ao fado juventude e voz impecável. Filha de Teresa Siqueira, também uma intérprete dedicada ao gênero, a artista de 28 anos exibe aquele arrebatamento preservado há gerações. No entanto, como outros nomes encarregados de levar a tradição adiante, a exemplo de Ana Moura e Ricardo Ribeiro, equilibra-se entre a fidelidade às origens e a prudente distância da nostalgia. No repertório, estão previstas as pungentes Lágrimas do Céu, As Pedras da Minha Rua e Talvez. Assim como Zambujo, ela passeia pela MPB. Gravadas no disco com a participação de seus autores, Carolina, de Chico Buarque, e Cais, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, completam o programa. Saiba mais na coluna Shows.
Stevie Wonder e Gilberto Gil. No começo foi a canja: durante uma apresentação do músico baiano em Washington, nos anos 80, o astro pop americano subiu ao palco para dividir a interpretação de Só Chamei Porque Te Amo, versão brasileira de seu hit I Just Call to Say I Love You. Desde então, a relação dos dois evoluiu por outros encontros ? eles repetiram o número musical no Free Jazz Festival de 1995, em São Paulo, e, a convite do então ministro da Cultura, Gil, Stevie Wonder participou de um simpósio sobre cultura negra em Salvador. Agora a vez é da parceria. Antes de voltar à cidade, que visitou no ano passado para fazer um dos melhores shows do Rock in Rio, o cantor e pianista enviou ao amigo uma composição para que ele pusesse a letra. Sucessos de ambos recheiam a retomada do dueto neste fim de ano. Isn?t She Lovely, Master Blaster, Palco e Aquele Abraço são algumas das canções garantidas nas duas apresentações: uma no Imperator, no domingo (23), com ingresso a absurdos R$ 800,00, e a outra dois dias depois, uma festa natalina grátis em plena Praia de Copacabana. Saiba mais na coluna Shows.
EXPOSIÇÃO
Ananda Nahu e Izolag Armeidah. Inaugurada em 2011, a galeria Graphos: Brasil, no Shopping dos Antiquários, vem colecionando acertos. No mais recente, apresenta o jovem casal formado pela baiana de 27 anos e pelo carioca de 29. Colegas no curso de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, eles juntaram escovas de dentes, pincéis e tintas há sete anos. Praticaram sua arte urbana em muros de cidades do Nordeste e já venderam trabalhos na Europa, sobretudo na Holanda. No Rio desde o ano passado, os dois reúnem no espaço de Copacabana as 24 telas da mostra Firme Forte Records. Supercoloridas, as criações aglutinam estêncil ? caso do díptico Carmen Mojica (2012), feito por Ananda a partir de uma fotografia de Ricky Flores ? e pintura a diversas outras técnicas. A influência da pop art transparece no estilo das obras e nas figuras retratadas, entre elas o pintor Basquiat e o guitarrista Jimi Hendrix. A propósito: o nome dele é Rodrigo Almeida Galosi. O dela é Ananda Nahu mesmo. Saiba mais na coluna Exposições.
TEATRO
Esta Criança. Admiradora da Companhia Brasileira de Teatro, fundada há doze anos em Curitiba, Renata Sorrah fazia tempo buscava uma oportunidade de trabalhar com o grupo. O momento surgiu quando a atriz e trupe se viram encantadas pelo mesmo autor: o francês Joël Pommerat. É dele o notável texto, até então inédito no país, encenado no CCBB. Trata-se de uma compilação de dez histórias curtas. Não são tramas desenvolvidas, mas cenas de alta carga dramática, como se apenas o clímax de cada enredo fosse pinçado. O tema comum a todas é a relação entre pais e filhos, apresentada em algumas de suas muitas modalidades. Bem aproveitada pelo diretor Marcio Abreu, a peça concentra as situações à sua essência. Irrepreensível, o elenco sem protagonistas, formado por Renata, Giovana Soar, Ranieri Gonzalez e Edson Rocha, se reveza em mais de vinte personagens. Também contribuem para o sucesso da montagem a cenografia de Fernando Marés, um espaço que avança sobre a plateia, e a luz pródiga em climas de Nadja Naira. Clique aqui para saber mais detalhes sobre a peça.