O show tem que continuar: UFRJ altera modelo de projeto para concessão do Canecão
Nova proposta exclui Casa da Ciência e mantém apenas o espaço para espetáculos como bem a ser assumido pela iniciativa privada
Há onze anos fora de cartaz, o Canecão perdeu sua partner, a Casa da Ciência, na proposta de concessão à iniciativa privada que tem como objetivo trazê-lo de volta à cena cultural do Rio. É que A concessão do espaço, que pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), incluía o centro de divulgação científica que promove oficinas, debates e exposições, e uma área verde que fica nos fundos do imóvel, no campus da Praia Vermelha, em Botafogo. Mas o projeto, que vinha sendo tocado desde 2019, foi descartado pela reitoria, que manteve apenas a casa de shows na lista de bens que poderão ser assumidos pela iniciativa privada. Isso porque representantes da UFRJ alegam que a área verde abriga árvores centenárias.
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Segundo o jornal O Globo, um projeto de lei complementar enviado em agosto à Câmara dos Vereadores pelo prefeito Eduardo Paes, em articulação com a UFRJ, propõe permitir o uso daquele local para fins culturais, hoje vedado por uma lei de zoneamento urbano de 1986 — em razão da qual o Canecão operou de forma irregular durante boa parte de sua existência, entre 1967 e 2010. A nova legislação é necessária para que o espaço possa voltar a funcionar com atrações culturais.
No próximo dia 12, a Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara Municipal apresentará, numa audiência pública, uma nova delimitação do terreno, retirando do projeto de lei a Casa da Ciência e a área verde, como quer a comunidade acadêmica.
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“A UFRJ, na figura da reitora (Denise Carvalho) e do vice-reitor (Carlos Frederico Leão Rocha), mencionou as preocupações com o projeto. Houve uma conversa com a prefeitura que não foi suficientemente técnica, e a área foi delimitada de maneira equivocada. Mas a prefeitura já se colocou à disposição para fazer as modificações”, disse a vereadora Tainá de Paula, presidente da comissão, ao Globo.
Segundo a vereadora, a nova versão do projeto também deve incluir um estacionamento para a casa de espetáculos, um pedido dos moradores da região. A nova planta vai transferir ainda a entrada do prédio da Rua Lauro Muller para a Rua Venceslau Brás. A alteração foi sugerida pela própria UFRJ a partir de estudos de engenharia de tráfego.
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O projeto de lei necessário para que a casa volte a funcionar só deve ser votado no início de 2022, segundo o líder do governo na Câmara, vereador Átila Nunes.