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Crise na Uerj: alunos ocupam campus, e universidade suspende as aulas

Estudantes protestam contra mudanças nas regras de obtenção de bolsas e auxílios; sindicância foi aberta para apurar fatos e identificar envolvidos

Por Da Redação
15 ago 2024, 12h59
Manifestantes obstruem todos os acessos a prédio no campus da Uerj no Maracanã
Uerj: funcionários extras trabalharam para arrumar as instalações pela manhã (Internet/Reprodução)
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Estudantes ocuparam o campus da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) do Maracanã, na noite desta quarta (14). Os manifestantes obstruíram, com mesas e cadeiras, todos os acessos ao Pavilhão João Lyra Filho, impedindo a entrada de professores e outros estudantes. Eles são contra as mudanças para a obtenção de bolsas e auxílios da assistência estudantil, prevista no Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024. Os protestos começaram há três semanas, e os acessos à Uerj continuam fechados nesta quinta (15). Pela manhã, houve confusão e empurra-empurra.

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A Uerj classificou a obstrução do prédio como inaceitável e abriu uma sindicância para apuração imediata dos fatos e identificação dos envolvidos, bem como a garantia de que a Uerj permaneça aberta. “Gerações investiram toda a sua energia para que as universidades públicas estivessem abertas, como espaços fundamentais de construção do pensamento crítico, das práticas democráticas e políticas de inclusão“, informou a Uerj, em nota. A Faculdade de Educação da Uerj emitiu um comunicado suspendendo as aulas até esta sexta (16).

Atualmente, 2,6 mil estudantes estão na categoria de vulnerabilidade social. Eles entraram na faculdade pela ampla concorrência e, durante a matrícula, comprovaram a renda e passaram pelo sistema de avaliação socioeconômica. Desde então, passara a ter direito a alguns auxílios, como auxílio material, para pagar despesas com livros e impressões, a ser pago duas duas vezes ao ano, a cada semestre, no valor de R$ 1,2 mil; auxílios alimentação e passagem, de R$ 300 cada; e bolsa de apoio a vulnerabilidade social, equivalente a R$ 706 por mês, com duração de dois anos. Segundo os alunos, os atrasos são constantes e o auxílio material, que deveria ter sido pago dia 5 de julho, não foi depositado.

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Além disso, eles contam que foram surpreendidos, nas férias, com mudanças nos critérios de pagamento de alguns desses auxílios, que passam a valer a partir de 1º de agosto. Entre as principais mudanças anunciadas pela faculdade, estão o corte no auxílio alimentação; a redução do auxílio ao material didático à metade; limitação de 1,3 mil estudantes para auxílio creche e mudança no critério da bolsa de apoio a vulnerabilidade social: até o momento, estudantes contemplados tinham que comprovar uma renda bruta de até um salário mínimo e meio por pessoa da família. Agora, será de apenas meio salário mínimo. De acordo com os estudantes, mais de 5 mil vão perder o benefício por causa desta redução. A universidade diz que são 1400.

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