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Passeio pelo cemitério São João Batista

De túmulos de presidentes da República e figuras históricas a sepulturas de artistas e conhecidas famílias fluminenses: um roteiro pelo cemitério São João Batista

Por Letícia Pimenta
Atualizado em 5 dez 2016, 15h56 - Publicado em 1 nov 2011, 17h29
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  • Inaugurado em 1852, pela Santa Casa de Misericórdia, o São João Batista teve sua ocupação iniciada pelos fundos do terreno. “Os melhores túmulos e esculturas estão no eixo central e, a partir dele, em mais duas quadras para a direita e duas para a esquerda”, explica o guia turístico Carlos Roquette, um dos primeiros a comandar visitas guiadas ali. Projetadas originalmente para servir como praças, com o passar dos anos as quadras centrais foram ocupadas. O passeio tem início pela via principal, apelidada de Vieira Souto. Um jazigo naquela área não é vendido por menos de 100.000 reais. Veja abaixo o que você vai encontrar em uma visita por lá.

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    1 – Afonso Pena

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    O túmulo do presidente, nos arredores da via principal, chama atenção por ser todo esculpido em mármore branco, com uma cúpula na qual a bandeira brasileira é reproduzida em um mosaico translúcido.

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    2 – Luís Carlos Prestes

    Mais adiante, num ponto nobre da “Vieira Souto”, o líder comunista jaz em uma sóbria sepultura de granito preto. “Ao seu lado está uma companhia improvável em vida: Hélio Beltrão, ministro durante os governos militares dos generais Costa e Silva e Figueiredo”, conta Milton Teixeira. Outras curiosidades interessantes podem ser observadas no percurso.

    3 – Tom Jobim

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    A poucos passos de Prestes está Tom Jobim, protegido pela sombra de uma palmeira-imperial plantada por sua viúva, Ana Lontra Jobim.

    4 – Santos Dumont

    No topo do portentoso mausoléu de Santos Dumont foi fincada, a pedido dele, uma estátua de Ícaro, personagem da mitologia grega que representa o sonho de voar. Próximo ao Pai da Aviação, há o túmulo de mortos em um acidente de avião da Força Aérea Brasileira e outro de um piloto da Esquadrilha da Fumaça.

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    5 – Carmem Miranda

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    Discretíssimo se comparado à exuberância de sua ocupante, o jazigo da pequena notável pode passar despercebido. Sobre o tampo figura uma imagem de Santo Antônio, de quem a cantora era devota.

    6 – Cazuza

    Prima igualmente pela simplicidade. Vêem-se apenas uma reprodução de sua assinatura e o título de uma de suas composições mais emblemáticas: O Tempo Não Pára. Perto dele fica a lápide branca de Clara Nunes, que, sempre cheia de flores frescas, atrai uma romaria de fãs ao cemitério. A devoção é tanta que existem, sobre o jazigo, placas de agradecimento por graças alcançadas.

    7 – O Mausoléu da Academia Brasileira de Letras

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    Outra atração imperdível é o gigantesco mausoléu, nos fundos do São João Batista. É aberto à visitação pública apenas no Dia de Finados. Logo na entrada, um pequeno ossuário guarda os restos mortais de Machado de Assis e de sua mulher, Carolina. Em outro espaço ficam os túmulos dos escritores e as gavetas reservadas aos que partiram há mais tempo, como Guimarães Rosa, morto em 1967.

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    8 – A arquitetura dos túmulos

    Ao avançar pelos corredores que dividem as quadras, acompanha-se a evolução arquitetônica do cemitério. Nas sepulturas do fim do século XIX e início do XX, predominam os estilos eclético e neogótico. “Neles vemos toda a opulência das famílias ricas”, afirma o guia José Motta, especialista em história da arte na Universidade de São Paulo e responsável por passeios guiados ao São João Batista desde 1989. Entre a I e a II Guerra Mundial, vigoram a geometria e a volumetria típicas do art déco. A partir da década de 40 sobressaem túmulos grandiosos, em alusão às Forças Armadas. “Eles são muitos devido à grande quantidade de comandantes que o Rio abrigou por ter sido a capital do país até 1960”, completa o paulistano Eduardo Rezende, estudioso de cemitérios e proprietário de uma editora especializada no assunto.

    10 – Caminhe sem rumo

    Embora um roteiro prévio seja essencial para conhecer o São João Batista, vale a pena caminhar por lá e descobrir relíquias escondidas. Arte ou saudade, estética ou história contada de um jeito diferente, pouco importa a motivação. Como costuma dizer Milton Teixeira, com certo humor negro: “Visite o cemitério antes de você se tornar a atração”.

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