AVALIAÇÃO ✪✪✪
Completado em novembro, o centenário de Tomie Ohtake tem justificado uma série de merecidas homenagens – algumas em forma de exposição da renomada artista japonesa, radicada no Brasil desde os anos 30. Por aqui, além de ter uma individual em cartaz até domingo (2) no Museu de Arte do Rio, ela é a estrela de uma bem pensada coletiva que ocupa três salas do Centro Cultural Correios. Com curadoria de Agnaldo Farias e Paulo Miyada, reúne 28 trabalhos produzidos desde 1956. A diferença com relação à mostra do MAR é que suas criações se misturam a 56 obras de outros importantes nomes da arte moderna, como Alfredo Volpi, e da cena contemporânea, a exemplo de Leda Catunda, Waltercio Caldas e Carmela Gross, promovendo um diálogo por vezes insuspeito entre elas. Os trabalhos estão agrupados em função de similaridades estéticas. Um dos possíveis paralelos é o estabelecido entre uma tela de Tomie produzida em 1992 (sem título, característica comum em sua obra ao longo de seis décadas de carreira), com um círculo que evoca uma paisagem cósmica, e a pintura Épuras Absurdas 2B (1991), de Cildo Meireles, de tons semelhantes e também marcada por linhas curvas.
Centro Cultural Correios. Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro, ☎ 2253-1580. → Terça a domingo, 12h às 19h. Grátis. Até 9 de fevereiro.